Cotidiano

Conselho e Sindicato de Enfermagem farão vistorias em unidades de saúde

Diante de inúmeras denúncias sobre a falta de medicamentos, insumos e materiais hospitalares em unidades de saúde da rede pública, o Conselho Regional de Enfermagem em Roraima (Coren) e o Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Roraima (Sindprer) anunciaram uma parceria para vistoriar unidades de saúde da Capital e do interior.

Segundo o presidente do Sindprer, Melquisedek Menezes, a situação dos hospitais e unidades básicas de saúde vem se agravando por conta da crise migratória. “Hoje a categoria de enfermagem representa 60% dos trabalhadores da saúde. A demanda foi agravada por conta dessa crise, o que tem limitado nossa atuação”, disse.

Conforme Menezes, a ideia é que o trabalho em conjunto com o Coren, que é o órgão fiscalizador, traga assistência mais digna para a população e resguarde os direitos dos profissionais. “Hoje solicitamos a demanda porque o Conselho tem a competência de fiscalizar e cobrar do Estado o dimensionamento dos profissionais para dar atendimento mínimo e de qualidade à população”, destacou.

Menezes afirmou que os trabalhadores em enfermagem estão sendo penalizados e citou como exemplo a criação de mais um bloco provisório no Hospital Geral de Roraima (HGR), a maior unidade de saúde do Estado. “A equipe não tem extensão. Foram retirados dois profissionais de cada equipe para atenderem o bloco criado recentemente de forma improvisada”, contou.

Conforme o presidente do Coren, Josias Neves Ribeiro, o órgão tem recebido diversas denúncias principalmente quanto à falta de equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs, nas unidades. “Soubemos que em muitas unidades faltam equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, que são uma interface de assistência ao paciente. Como vou prestar assistência a uma pessoa doente se não tenho como me proteger?”, questionou.

Ele informou que fiscalizações semanais são realizadas nos hospitais e unidades básicas de saúde em Boa Vista e nos demais municípios do interior. “São feitas fiscalizações rotineiras por duas profissionais concursadas e disso são gerados relatórios que são encaminhados aos gestores responsáveis pelas unidades. Na semana passada houve fiscalização e há essa necessidade”, frisou.

Conforme Ribeiro, uma das demandas que será cobrada junto às direções das unidades trata do dimensionamento dos profissionais. “Isso tem causado uma sobrecarga e prejudica a assistência e o trabalhador, podendo inclusive induzir a um erro. Vamos cobrar melhorar condições sobre medicamentos, insumo, material hospital para evitar improvisos. A ideia agora é atuarmos em conjunto para que consigamos maior efetividade na fiscalização”, pontuou. (L.G.C)