Cotidiano

Conselho Regional inicia 23ª Semana da Enfermagem nesta sexta-feira

Durante todo o evento, serão realizadas oficinas, mesas-redondas, conferências e uma corrida de rua

Começa nesta sexta-feira, 12, a 23ª edição da Semana da Enfermagem em Roraima. O evento é uma iniciativa do Conselho Regional (Coren-RR) em parceria com instituições de saúde do Estado, Capital e municípios do interior. A abertura será a palestra magna do presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Carlos Neri da Silva, no Centro Amazônico de Fronteiras (CAF) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), às 19h30.

Durante todo o evento serão realizadas oficinas, mesas-redondas e conferências com profissionais de renome nacional e regional e até uma corrida de rua, no dia 14. Na sexta-feira da próxima semana, 19, acontece ainda uma palestra motivacional com o atleta Gilberto Godoy, o Giba do Volêi. No último dia as ações serão finalizadas com um jantar de encerramento. A programação completa pode ser acessada na página do Coren, no endereço: www.corenrr.com.br.

Para o presidente do Coren-RR, Josias Neves Ribeiro, o objetivo da semana é atuar focando no bem-estar e qualificação profissional dos especialistas e dos alunos de Enfermagem. “No sábado, nós vamos apoiar um movimento do Sindicato que vai levar assistência médica para atender os profissionais da área e os seus familiares. No domingo, nós vamos realizar a 3ª Corrida da Enfermagem. A partir de segunda-feira, nós começamos a Semana Científica e vamos ter várias atividades para os profissionais e estudantes”, afirmou. (P.C)

Dez mil profissionais de Enfermagem atuam no Estado

O presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Roraima, Josias Neves Ribeiro, informou que em torno de 10 mil profissionais atuam em todo o Estado. Do total, sete mil são registrados no Coren, sendo cerca de 1.400 enfermeiros, 36.00 técnicos e dois mil auxiliares de enfermagem.

Para aqueles que pretendem escolher a profissão, o presidente reforça que é preciso ter o dom. “A gente lida diretamente com a vida e ficamos sempre à disposição, 24h ao lado do paciente. Então você tem que gostar e tem que saber fazer isso. Tem que ir pela vocação mesmo”, afirmou.

Outro ponto positivo é o fato de poder trabalhar de forma autônoma, como nos casos do home care, em que o enfermeiro monta uma empresa autônoma que presta cuidados domiciliares. Para ele, no entanto, a maior gratificação da profissão é a assistência ao paciente e de observar a sua recuperação.

Josias Ribeiro explicou ainda que uma das facilidades para os profissionais de Roraima é que o mercado de trabalho na região consegue ofertar boas chances. “Por exemplo, em uma unidade se precisa de três a quatro fisioterapeutas, dependendo da unidade. De enfermeiros precisa de uns 40, ou seja, tem a necessidade”, disse.

Apesar da grande oferta de trabalho, Josias afirmou que ainda faltam profissionais para atender a demanda. “Nós temos um grande número de leitos e uma quantidade reduzida de profissionais. No Hospital Geral de Roraima (HGR), são 59 leitos e eu tenho um enfermeiro para dar assistência em um plantão de 12 horas”, criticou. “No interior, os pacientes sofrem mais porque a maioria das unidades só tem enfermeiro durante o dia. Além disso, também temos problemas com as unidades precárias, há déficit de insumos, algodão, álcool, medicação, seringa. É uma dificuldade”, acrescentou. (P.C)

Roraima passou a exportar profissionais da Enfermagem

Formado há 22 anos na área, o enfermeiro Joseneide Viana de Almeida é diretor de Enfermagem do Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth e coordenador/professor do curso de Enfermagem da Faculdade Roraimense de Ensino Superior (Fares).

Atualmente, Almeida está cursando doutorado em Biologia Parasitária pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi um dos fundadores dos cursos técnicos e de ensino superior de Enfermagem nas Universidades Estadual e Federal de Roraima. Conforme o professor, a classe acadêmica está voltada para a capacitação de profissionais para suprir as dificuldades enfrentadas pela categoria.

“Com as limitações de investimento na política de saúde pública, a gente acredita que especializando e formando o profissional, se consiga pelo menos minimizar o problema. Nós não tínhamos a estrutura de formar ninguém e, nos últimos dez anos, nós conseguimos mudar a percepção, formando alunos até em mestrado. Deixamos de receber profissionais para exportar. Tenho alunos meus no interior, no Amazonas, em Rondônia, até na Irlanda. Isso mostra que estamos no caminho certo”, disse.

Para Joseneide, a formação em Roraima também é positiva justamente por qualificar profissionais que entendem as peculiaridades da região. “A nossa população indígena é um exemplo. A multiculturalidade é outro exemplo. Nós temos brasileiros, venezuelanos, guianenses, sírios, até canadenses e japoneses. Mas o nosso lema é prestar o cuidado igual para qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo”, declarou. (P.C)