Conselhos Regionais de Medicina de todo o País debatem em reuniões os pontos que podem ser mudados na Resolução CFM nº 2.227/18, que define a telemedicina como forma de prestação de serviços médicos por meio de tecnologias. Mas alguns artigos da resolução feita pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) são vistos como uma possibilidade de se criar uma distância na relação entre médico e paciente.
Devido à contestação de alguns profissionais em relação à forma que o texto foi criado, o CFM decidiu revogar a resolução no fim de fevereiro. A partir de agora, os médicos de cada território estão definindo novas ideias para que seja feito um documento melhor. Essas sugestões serão levadas até a cidade de Florianópolis, em Santa Catarina, na próxima quarta-feira, 13, para que possam ser avaliadas por todos os presidentes de cada conselho.
No texto atual da resolução, considera-se que a telemedicina é o exercício da medicina mediado por tecnologias afins de assistência, educação, pesquisa de doenças e lesões. Ainda de acordo com o documento, a constante inovação e desenvolvimento tecnológico facilitam o intercâmbio de informações entre as partes. Portanto, deve ser utilizada em tempo real através de multimeios em tecnologia.
Segundo a presidente do Conselho Regional de Medicina de Roraima (CRM-RR), Rosa Leal, os profissionais não são contra a utilização da telemedicina como meio de prestar serviço de assistência ao paciente, porém, por causa da escrita textual, é possível que haja complicações na relação entre as duas partes.
“Esse é o maior questionamento. O objetivo dela não é esse [de afastar a relação], mas pela redação dos artigos deixa-se brecha para isso acontecer. Tem que ter o primeiro contato presencial do paciente com o médico. Se o profissional achar necessária a opinião à distância e o paciente permitir, ele entra em contato através de toda essa aparelhagem on-line”, disse.
Rosa relatou que recentemente foi realizada uma reunião no CRM-RR com a presença de 11 profissionais que discutiram sobre as sugestões que serão levadas até a sede do Conselho Federal, em evento que terá participante de cada Estado.
“Vamos analisar tudo para melhorar no geral. Não somos contra a evolução, só temos que melhorar a redação”, completou.