Cotidiano

Construção civil perdeu mais de 800 funcionários por conta da crise

O Sindicato da Indústria da Construção Civil de Roraima informou que o setor enfrentou em 2015 a pior crise dos últimos 10 anos

O setor de construção civil perdeu, até o segundo semestre do ano passado, mais de 800 funcionários em Roraima. O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Roraima (Sinduscon), Clerlânio Holanda, lamentou as demissões e disse que o ano de 2015 para a construção civil em Roraima foi o pior dos últimos 10 anos.

O empresário observou que a queda ocorre em todo País. No Brasil, ano passado, mas de 500 mil trabalhadores da construção civil foram demitidos. A desaceleração no setor, segundo Holanda, foi motivada pela alta na taxa de juros cobrada pelos bancos a quem procura financiamento para comprar a casa própria.

E o reflexo dessa crise já chegou no setor cerâmico. A venda de tijolo, por exemplo, caiu pela metade neste começo de ano em Boa Vista. A crise econômica e a estiagem são os principais motivos da queda, segundo oleiros e donos de cerâmica. O preço também caiu. O milheiro ano passado custava R$ 260, mas hoje sai por até R$ 230.

“Vendia 30 milheiros por mês, mas agora só consigo vender a metade. É a crise financeira e a seca, porque a matéria-prima, o barro, endurece e fica cada vez mais difícil retirá-lo”, explicou o oleiro Miguel Bezerra, de 52 anos, morador da Vila Real, ao lado esquerdo da BR-401, após a ponte dos Macuxi, no município do Cantá.

A venda do tijolo também caiu pela metade nas cerâmicas que ficam no Distrito Industrial, zona Sul. Para justificar a queda, os empresários alegam a mesma coisa dos oleiros: a crise financeira e a forte estiagem, que provoca escassez da matéria-prima.