Serviços de saúde para a população sempre foram uma necessidade primordial em qualquer cidade e está na Constituição Federal que todo ser humano tem direito a saúde de qualidade. Entretanto, moradores de alguns bairros da Capital ainda sofrem com a falta de unidades de saúde acessíveis.
No bairro Jóquei Clube, na zona Oeste da Capital, mais precisamente na rua Turquesas, a construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) seria o fim dos problemas para a localidade. No entanto, a obra se encontra paralisada, o que acabou deixando muitos moradores decepcionados. “É muito complicado encontrar serviços de saúde por perto. Se você quiser ajuda rápida, tem que ir em outro posto médico, e os mais próximos daqui são as unidades do Cinturão Verde ou Centenário”, contou Aidê Lopes Martins, de 80 anos.
Moradora do bairro há cinco anos, a aposentada sofre de úlcera varicosa, um transtorno na circulação sanguínea causado por traumatismos nas pernas. Para ela, a finalização da obra da unidade ajudaria bastante no seu dia a dia, uma vez que sente dificuldades para locomover-se.
“É um problema que sara e depois volta, e eu nem posso me locomover muito. Quando tenho crise e preciso de medicação, é a minha filha que me leva de carro. Se esse posto de saúde estivesse funcionando, com certeza ajudaria a minha vida e a vida de muita gente aqui do bairro”, destacou.
“Para as pessoas que não possuem carro ou moto, fica até mais difícil, porque não tem transporte público que vai daqui até o Pintolândia. Até lotação é proibido de fazer esse trajeto do Araceli e Jóquei Clube para ir ao Pintolândia. Tendo uma unidade no bairro, já seria o suficiente para evitar esse tipo de transtorno”, frisou o autônomo Ítalo Sérgio, de 20 anos.
No canteiro de obras, a placa indica que a obra, no valor de R$ 339.243,24, recebeu recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do Governo Federal, celebrados por meio de convênio entre Ministério da Saúde e Prefeitura de Boa Vista (PMBV). O prazo de entrega da unidade à população estava previsto para agosto desse ano, o que acabou não ocorrendo.
OUTRO LADO – Por meio de nota, a Prefeitura de Boa Vista afirmou que o atraso para a entrega da obra ocorreu devido à paralisação do repasse dos recursos do Governo Federal.
“Nas obras em que os municípios fazem convênio com o Governo Federal, a liberação de recursos não é feita de uma só vez, e sim em etapas. O Ministério da Saúde (MS) somente libera as parcelas quando a empresa prestadora do serviço comprova o cumprimento dos termos do convênio por meio de medições, ou seja, levantamento do quanto da obra já foi realizada. Isso acontece para que haja uma fiscalização do andamento da obra”, informou.
A Administração Municipal esclareceu ainda que apesar de a empresa responsável pela obra estar realizando a medição e cumprindo com os pré-requisitos do convênio, o recurso não está sendo liberado, ocasionando o atraso na obra. (M.L)