O custo do metro quadrado da construção civil em Roraima está acima da média nacional, de acordo com o Índice Nacional de Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Caixa Econômica Federal (CEF). Em Roraima, o metro quadrado chega a custar R$1.068,22, enquanto a média brasileira é de R$905,65.
O custo da construção civil cresceu 0,3% em outubro deste ano, mais do que no mês anterior, que foi de 0,16%. O índice acumula inflações de 5,3% no ano. A maior alta foi observada nos materiais de construção, com aumento de 0,46%, que passaram a custar R$ 495,29 por metro quadrado. O custo da mão de obra também aumentou 0,1%, em outubro, e passou a ser de R$410,36 no mês.
Entre as regiões brasileiras, o Norte foi a que apresentou a maior alta do custo da construção, cerca de 1,55%. O Centro-Oeste teve redução do custo em 0,17%. Entre os estados, Roraima teve a maior alta, de 4,14%. No mês passado, o Rio Grande do Norte teve o menor custo do metro quadrado do País, R$786,00.
O diretor técnico do IBGE, em Roraima, Vicente de Paulo Joaquim, explicou que o valor apurado no mês depende da conjutura de mercado no mês da pesquisa. O transporte em Roraima é um dos vilões da construção civil. “Além do frete dos materiais de construção, a madeira aparece hoje com preço elevado no mercado, o que também encarece a construção. Esses são os principais fatores, aqui no Estado, que justificam a construção em Roraima acima da média nacional. A falta de mão de obra especializada também contribui para a elevação do custo da obra”, observou. SALÁRIO – A Folha confirmou, ontem pela manhã, o que aponta a pesquisa do Sinapi. O mestre de obras Raimundo Brito de Souza, de 41 anos, disse que o valor do serviço e da obra depende principalmente do transporte do material de construção. “Quase tudo vem de fora, principalmente o cimento, que é indispensável na obra. Isso faz aumentar os gastos na hora de construir. Em Roraima, é mais rentável comprar feito a ter que construir”, observou o profissional, que trabalha no ramo da construção civil há 13 anos.
A falta da mão de obra especializada, como citou o técnico do IBGE, faz aumentar o preço do serviço de quem trabalha na construção civil. A diária do prederiro, por exemplo, custa em média R$100,00. A diária do ajudante não sai por menos de R$60,00. O faturamento mensal de um chefe de obra gira em torno de R$2.400,00.
“O bom também é que nunca falta serviço. Roraima se desenvolve e há obra por todo canto. Há 13 anos nunca fiquei sequer uma semana sem serviço. É terminando um e pegando outro”, frisou o pedreiro, que esta semana trabalha na construção de uma casa no bairro Paraviana, zona Norte. (AJ)
Cotidiano
Construir em Roraima ficou mais caro
Frete de materiais e a falta de mão de obra qualificada fizeram disparar o preço da construção civil no Estado, acima da média nacional