Cotidiano

Consumidor deve estar preparado para pedir indenização à Eletrobras

Ter a nota fiscal em mãos, não usar ‘Ts’ e ter uma instalação elétrica de qualidade são alguns dos requisitos para ser indenizado

Ao participar ao vivo do programa Agenda da Semana deste domingo, 13, o técnico em engenharia elétrica Dierson Maciel alegou que os roraimenses devem tomar vários cuidados para garantir o ressarcimento dos utensílios danificados com as constantes quedas de energia.

“Como o problema de energia no Estado ainda não tem uma solução em curto prazo, é preciso que os consumidores tomem alguns cuidados para evitar ter seus bens queimados. Mas, caso ocorra, é importante que ele esteja dentro dos padrões para obter o ressarcimento da empresa”, revelou Maciel para o apresentador do programa, Getúlio Cruz.

Após detectar o dano no aparelho devido aos problemas na rede, o técnico recomendou que o consumidor ligue imediatamente para a central da Eletrobras pelo número 0800-7019-120. “A pessoa não deve se esquecer de anotar o número de protocolo, nome da atendente e a hora”, lembrou. Logo em seguida o cliente deve redigir um ofício solicitando a troca ou conserto do aparelho, anexando três orçamentos do mesmo produto de diferentes lojas”, explicou.

Maciel apontou outros fatores que serão levados em consideração pela empresa para que o consumidor consiga a reparação dos danos. “Primeiro, uma instalação elétrica de qualidade feita por um eletricista. Segundo, evitar usar os ‘Ts’ ou benjamins nas tomadas, pois eles sobrecarregam a rede. Terceiro, é importante também que, ao terminar de utilizar o aparelho, a pessoa retire da tomada, pois quando fica em stand by o aparelho consome 18% de energia e está apto a receber cargas e descargas. Quarto, quando for retirar da tomada, puxar pelo plug e não pelo fio, pois isso também facilita uma descarga elétrica que pode queimar o aparelho”, informou.

Manter a nota fiscal do produto é importante para comprovação de propriedade, conforme explicou Maciel. “As pessoas têm o hábito de jogar a nota fiscal ou até mesmo o cupom fiscal fora. Em tempos como esses, é importante que elas guardem, porque se eles forem danificados devido às quedas de energia, será possível comprovar a propriedade do produto”, alertou.

De acordo com o técnico, a Eletrobras tem ciência dos problemas decorrentes das quedas de energia e está apta a ressarcir o consumidor, desde que ele esteja dentro dos padrões estabelecidos. “A empresa tem consciência da crise e dos problemas e não tem se mostrado indisposta a ajudar a reparar os danos”, avaliou. (J.L)

Técnico reforça que problema do Brasil não é geração de energia mas sim transmissão

O técnico em engenharia elétrica Dierson Maciel afirmou também no programa Agenda da Semana que “o problema do Brasil não é falta de hidrelétricas mas sim de construção de linhas de transmissão”.

De acordo com Maciel, o Brasil está entre os maiores produtores de energia hidrelétrica do mundo, perdendo apenas para usina de Três Gargantas, na China. “Nós temos a Hidrelétrica de Itaipuna, fronteira entre o Brasil e o Paraguai, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte e São Luiz do Tapajós, no Pará, entre outras, que, querendo ou não, tem uma capacidade muito alta de produção”, lembrou.

Para Maciel, os apagões não são culpa da falta de energia, mas da má gestão e destruição. “A Venezuela tinha uma capacidade imensa de geração, mas a administração errada destes recursos gerou o declínio do sistema. O Brasil ainda tem tempo para construir uma linha de transmissão de alta qualidade que o ligue como um todo”, analisou.

Ele explicou que, se construídas torres com alto padrão na obra do Linhão de Tucuruí, seria possível até vender energia para Venezuela, pois já existe uma linha de transmissão para isso. “Poderíamos reverter a situação”, frisou. “Portanto, eu, como técnico, digo que nós, como sociedade civil organizada, precisamos protestar e ir à luta. Não podemos deixar a obra do Linhão ficar parada. Temos que cobrar a retomada e a conclusão o mais rápido possível ou ficaremos sofrendo apagões e com as termelétricas produzindo energia suja, sem necessidade”, concluiu. (J.L)