O “golpe do intermediário”, como é conhecido, tem se tornado cada vez mais frequente em Roraima. A confirmação é do delegado titular da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores Terrestres, Glauber Lorenzini, que faz um alerta à população e recomenda medidas de segurança para evitar ser vítima de criminosos.
“Uma média de dois casos por semana têm sido atendidos somente aqui na DRRFVAT, mas em todos os DPS [Distritos de Polícia] do Estado têm chegado cada vez mais casos do mesmo golpe”, afirmou o delegado.
Lorenzini explicou que o golpe é antigo e consiste na ação de estelionatários que clonam anúncios, principalmente de vendas de veículos, e fazem a intermediação entre o vendedor e o comprador.
“A pessoa publica o anúncio da venda e o anúncio é clonado. O estelionatário coloca o valor mais baixo do produto e chama assim a atenção do comprador e, a partir daí ele começa a negociar com ambas as partes, com o vendedor e o comprador”, detalhou o delegado.
Para que os envolvidos não desconfiem do golpe, o estelionatário se apresenta como uma pessoa próxima ao comprador e pede para que a vítima não entre em contato.
“Ele pede para não citar para outra parte que ele está intermediando o negócio. Para isso, ele se apresenta como sócio ou um parente, como tio, sobrinho, primo, entre outros, e aí ele consegue que o comprador faça um depósito em uma conta, em sua maioria oriunda de outro estado”, disse Lorenzini.
Ele detalhou que os estelionatários visam todas as quantias de dinheiro. “Não existe um padrão, às vezes são vários pequenos depósitos ou um grande depósito. Mas é importante que a pessoa saiba que uma vez que o dinheiro é depositado nestas contas, é muito difícil ser recuperado”, alertou.
O delegado ressalta que as pessoas devem desconfiar de valores abaixo dos praticados no mercado. “Provavelmente é o barato que sai caro, porque o negócio não é real. É isca para atrair as vítimas que acham que estão levando vantagem e estão caindo no golpe”, destacou.
Delegado Glauber Lorenzini disse que o golpe é antigo e consiste na ação de estelionatários que clonam anúncios (Foto: Ascom/PCRR)
PREVENÇÃO
O delegado ressaltou que uma das maneiras da pessoa se prevenir é conferindo, por meio de uma busca na internet, se a conta bancária apresentada é da mesma região.
“Se for uma conta de outro Estado, por exemplo, a pessoa já deve criar o alerta”, afirmou Glauber Lorenzini.
Ele continuou: “Outras dicas são: tratar diretamente com o vendedor, ou seja, a pessoa tem o mesmo nome da nota fiscal do produto ou do documento do veículo, além de fazer depósito somente na conta do dono, de preferência que more na mesma região do anúncio do produto. Essas dicas ajudam a facilmente evitar este golpe”, afirmou.
O QUE FAZER
Caso a pessoa caia no golpe, a orientação é para que preserve toda a conversa, os nomes, os números de telefone, dados bancários e, com toda a documentação, registre o Boletim de Ocorrência e apresente as provas à polícia.
“Como a maioria destes estelionatários são de outros Estados, temos trabalhado em conjunto com as polícias de todo o País. Contudo, é muito importante que ao desconfiar do golpe a pessoa pare a negociação imediatamente ou, caso caia, que ela também procure a Polícia”, complementou Lorenzini.