De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde (MS), 15,6% dos boa-vistenses consomem doces em excesso e 14,7% costumam ter na mesa os refrigerantes. Os hábitos preocupam diante do avanço de doenças crônicas no país, em especial o diabetes. A doença atinge atualmente 7,4% da população adulta, acima dos 5,5% registrados em 2006.
Os dados são da pesquisa Vigitel 2015 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), lançada pelo MS na quinta-feira, Dia Mundial da Saúde. O estudo monitora fatores de risco para doenças crônicas, atualmente responsáveis por 72% dos óbitos no país.
Segundo o nutricionista Derek Matos, excesso de doces na dieta traz uma série de riscos à saúde de uma pessoa. “O consumo em excesso desregula a dieta, pois a pessoa consome muito mais calorias do que o necessário, sendo que essas calorias provenientes de doces não possuem tanto nutrientes. Na verdade, essas calorias, chamadas de calorias vazias, são armazenadas em forma de gordura no corpo e não vão ser aproveitadas para o desenvolvimento”, alertou.
Conforme ele, manter alimentação rica em açúcar pode causar diabetes do tipo 2. “A pessoa pode desenvolver esse tipo de diabetes, o que dificulta mais ainda a alimentação, porque a partir do momento em que há exagero no consumo de doces, vai ter que mudar ao máximo a alimentação”, explicou.
Apesar do consumo de doces por parte da população boa-vistense estar abaixo da média nacional, que é de 30%, o nutricionista afirmou que os dados são preocupantes. “Acaba sendo um resultado satisfatório, estamos nessa margem de média menor, mas não deixa de ser preocupante. O doce não precisa ser excluído da alimentação, mas é algo que tem que ser controlado, para que não vire rotina”, frisou.
Apesar do avanço do diabetes no país, o número de internações devido a complicações da doença reduziu 11,5% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram 67,1 internações por 100 mil habitantes contra 75,9 por 100 habitantes em 2010. Ano passado foram registradas 137,4 mil internações por agravos da doença no SUS, a um custo de R$ 92 milhões.
O diabetes é mais frequente nas mulheres (7,8%) que nos homens (6,9%) e se torna mais comum com o avanço da idade. Entre as cidades, o Rio de Janeiro apresentou o maior índice (8,8%), seguido de Porto Alegre (8,7%) e Campo Grande (7,9%). Palmas (3,9%) apresenta o menor percentual de população adulta com diagnóstico de diabetes, junto com São Luís (4,4%), Boa Vista (4,6%) e Macapá (4,6%). Em Boa Vista chega a 4,6%. (L.G.C)