A Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário (Sead) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmaram ontem convênio para transferência de tecnologia e pesquisa destinadas às empresas que prestam serviço para o desenvolvimento agrário. O objetivo é proporcionar assistência técnica e extensão rural para famílias de agricultores que nunca receberam esse tipo de apoio e que estão abaixo da linha de pobreza ou que fazem parte de comunidades indígenas.
As tecnologias favorecerão conhecimentos e formas corretas para o desenvolvimento de atividades agrícolas desde o plantio à colheita. O delegado federal de Agricultura Familiar da Sead, Luis Teixeira, informou que o convênio ocorre em todo o Brasil e conta com a disponibilidade de aproximadamente R$ 7 milhões. Em Roraima, o acordo foi firmado no auditório da Embrapa com a participação de técnicos agrícolas e outros profissionais.
“A iniciativa contribuirá para uma maior produção e mais qualidade de vida para agricultores familiar”, comentou Teixeira. Segundo ele, o trabalho de extensão rural será desenvolvido no Estado por uma empresa escolhida por meio de Chamada Pública. O chefe adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa, Miguel Amador Neto, disse que a ação visa identificar necessidades e técnicas mais adequadas para a inovação da produção rural de acordo com as tecnologias produzidas.
Segundo ele, a iniciativa proporcionará também a capacitação de técnicos de assistência e montagem de unidades de referência que servirão de modelo para a agricultura, avicultura, piscicultura e outros. “São inúmeras soluções com inovações para cada modelo de produção”, comentou. Citou como exemplo o Sistema Alternativo de Produção de Alimentos. Para a piscicultura a ideia é a integração de pequenos tanques medindo 3 por 4 metros destinados a produção de cerca de 30 quilos de peixe em 90 dias.
“Esse sistema atende outras atividades, como a criação de aves, de galinhas caipiras, de frutas e outras produções em pequena escala para atender às necessidades básicas de uma família. O gestor da empresa que ganhou a Chamada Pública para o desenvolvimento do convênio, Ivan Oliveira, disse que os técnicos irão dispor das tecnologias e pesquisas da Embrapa para melhor orientação ao produtor. “As tecnologias serão transferidas para os técnicos extensionistas, que transmitirão aos agricultores”, informou.
O presidente do Sindicato dos Técnicos Agrícolas de Roraima (Sintag-RR), Claudionei Simon, disse que a preocupação é ter no mercado de trabalho técnicos agrícolas aptos a atuar de maneira competente junto aos produtores rurais. Para isso, ele falou da importância desses profissionais em atenderem a obrigatoriedade do registro profissional no Conselho da categoria.
“A assistência técnica é um trabalho simples, mas quando se fala em extensão rural é uma situação mais complexa porque o técnico não pode entender apenas de agricultura e pecuária, mas também das questões jurídicas e trabalhistas, sendo um profissional para aconselhar as famílias quanto aos caminhos adequados para que possam resolver os problemas que existem na vida no campo”, comentou. (A.D).