Os componentes curriculares estudados no curso subsequente de Técnico em Agropecuária na modalidade EAD do IFRR/Campus Amajari também ajudaram a despertar o espírito empreendedor, seja de forma individual, seja coletiva. Em Normandia, a aluna Maria de Lourdes Santos Celestino, que aplicou vários aprendizados na família, resolveu ir além. Incentivou e ajudou a criar a Cooperativa dos Artesãos de Normandia (Coopertan).
Iniciada a partir da inquietação de dona Lourdes com a falta de ação de valorização dos artesãos do município e depois de ela cursar a disciplina Cooperativismo e Associativismo no primeiro semestre do curso, a Coopertan foi criada e funciona provisoriamente na casa dela. Hoje conta com 21 membros e ganhou o terreno para a sede própria.
Conforme Lourdes, antes de cursar a disciplina desconhecia a diferença entre cooperativa e associação. “Pensei que fosse a mesma coisa, mas, quando comecei a estudar, vi que na associação o presidente é responsável por fazer crescer, desenvolver e que na cooperativa cada membro é responsável por fazer funcionar”, disse.
Então, como estava inquieta por ver os artesãos da cidade atuando de forma anônima, resolveu aliar os conhecimentos da sala de aula e trabalhar para que o município tivesse uma cooperativa. Antes de sair do papel, dona Lourdes chamou alguns artesãos para participarem de uma exposição dos trabalhos na praça da cidade, e a participação foi um sucesso. A ideia era incentivar os participantes e mostrar que dava certo. E deu muito certo.
Depois disso, ocorreram reuniões e a ideia saiu do papel. “Achei interessante juntar os artesãos, unir e fazer um ponto turístico com nossos artesanatos, porque Normandia tem grandes festas, como a da Melancia, a da Padroeira, entre outras. Algumas dessas pessoas vinham me procurar para levar lembrancinhas para a família, os amigos”, explicou, afirmando que trabalha com material reciclado, como tronco de árvore, casca de coco.
Quem participa da cooperativa e está empolgado com o futuro é o casal Rosilene Andrade Servino e Valdir Santos Celestino. Ela produz peças de barro, crochê e sabão líquido. Ele trabalha com madeira e está disposto a contribuir para outras artes, como utilizar o aprendizado do curso de pintura em tecido de que participou. Rosilene acredita que a participação na cooperativa vai ajudar na renda familiar. “Penso que vai ser muito boa para ajudar minha família”, disse.
Para Valdir, a iniciativa da cooperativa é uma forma de contribuir para o município e valorizar as pessoas. “A gente tem que fazer acontecer. A força de vontade é crescer e desenterrar os talentos que estavam enterrados aqui neste município. Agora estão aparecendo as pessoas que sabem fazer vários tipos de artesanato regional. A tendência é crescer, e é isso que espero da nossa cooperativa”, frisou.