Caroebe

Cooperativa de condenada por tráfico ganha autorização para pesquisar ouro em área de fronteira

Cooperativa de Exploração Mineral de Mucajaí (Coopercajaí), presidida por Creusa Buss Melotto, já havia recebido explorar em vizinha à Terra Yanomami; ela foi condenada por tráfico de drogas nos anos 90

Área de garimpo na Terra Indígena Yanomami (Foto: Reprodução/MPF)
Área de garimpo na Terra Indígena Yanomami (Foto: Reprodução/MPF)

A Cooperativa de Exploração Mineral de Mucajaí (Coopercajaí), ganhou nova autorização para realizar uma pesquisa em uma área de 3,2 mil hectares em Caroebe, no interior de Roraima. A organização é presidida por Creusa Buss Melotto, que foi condenada por tráfico de drogas em Mato Grosso e já havia recebido permissão para explorar ouro em uma área vizinha à Terra Indígena Yanomami.

A permissão foi concedida pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Marcos Antonio Amaro dos Santos e a decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (15). A autorização é obrigatória para empreendimentos em mineração na faixa de fronteira e levou em conta pareceres favoráveis da Agência Nacional de Mineração (ANM). Creusa fez o requerimento em março deste ano.

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Em dezembro do ano passado, a presidente da cooperativa recebeu a autorização para exploração de ouro em uma área de 9,8 mil hectares vizinha ao território indígena. A permissão foi concedida pelo então ministro do GSI, o general da reserva Augusto Heleno.

Creusa chegou a cumpriu pena por tráfico de drogas após ter tentado despachar 42,5 quilos de cocaína para o estado do Rio de Janeiro, camuflada em 26 toneladas de carne congelada. Ela também foi denunciada por suspeita de receptação de pneus roubados e chegou a ser presa em flagrante, mas pagou a multa e foi solta.

Creusa chegou a se candidatar para o cargo de vereadora em Ariquemes, no interior de Rondônia (Foto: Reprodução/Divulgacand TSE)
Creusa chegou a se candidatar para o cargo de vereadora em Ariquemes, no interior de Rondônia – Foto: Reprodução/Divulgacand TSE

A garimpeira atualmente preside a Coopercajaí. A cooperativa, segundo dados da Receita Federal, tem capital social de R$ 1,45 milhão e quer explorar manganês, nióbio, titânio e metais preciosos.

Ela chegou a participar de outra cooperativa de garimpeiros, em Pontes e Lacerda, em Mato Grosso, próximo à fronteira com a Bolívia. A Cooperativa de Mineração Dos Garimpeiros de Pontes e Lacerda (Compel) recebeu várias denúncias junto à Polícia Civil do Mato Grosso.

Atualmente, o presidente da Compel é Iporan Augusto Henrique Buss Melotto, filho de Creusa. Iporan Affonso Buss Melotto foi denunciado à Justiça Federal em 2020 apontado como membro de um grupo criminoso que explorava ilegalmente a extração de recursos minerais na Terra Indígena Sararé, localizada em Pontes e Lacerda, no Mato Grosso.