O fechamento provisório do Mafir (Matadouro e Frigorífico Industrial de Roraima), por determinação do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), não deve afetar o preço da carne bovina em Roraima. Foi o que garantiu o presidente da Coopercarne (Cooperativa Agropecuária de Roraima), Disney Mesquita.
Segundo ele, os açougues estão com estoques suficientes e a demanda pelo produto diminui em fim de mês. O último reajuste do preço da carne bovina em Roraima ocorreu em maio do ano passado, quando houve elevação de 5% em razão do período de estiagem do ano anterior.
Para Mesquita, os maiores prejudicados com a interdição do Mafir serão os pequenos criadores. “Vai prejudicar porque era a única planta frigorífica que temos por ora. Mas não vai haver aumento no preço de carne”, afirmou.
Conforme ele, o mercado continua estável com os estoques, e os açougues estão sendo atendidos por dois frigoríficos privados. “São de pequeno porte, mas devido à proximidade do final do mês a demanda tende a cair um pouco, o que não prejudica”, explicou.
O presidente da Coopercarne informou ainda que os próprios criadores estão pedindo a retirada do SIF (Serviço de Inspeção Federal) do Mafir. “O frigorífico não atende às normas de exportação e no nosso ponto de vista não vemos necessidade de se manter o selo federal, até porque são muitas exigências para um abate que não atende a exportação, apenas o mercado local”, explicou.
Caso o matadouro perca o SIF, o Governo do Estado levanta a possibilidade de implantar o SIE (Serviço de Inspeção Estadual), o que tornaria a Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima) como o órgão regulador. “Algumas exigências feitas para a exportação não precisam ser atendidas em casos de comercialização interna”, comentou Mesquita.
Ele garantiu que não há previsão sobre o reajuste do preço da carne bovina no Estado.
“Não temos previsão para aumento. A carne tem reflexo no mercado nacional, onde a parte Norte influência no preço da região. Embora tenhamos o maior custo de produção do País e consequente diferencial de preço para remunerar o pecuarista, mas nem sempre é assim porque o mercado é dinâmico, está estável e a oferta é suficiente”, frisou.
O matadouro deve permanecer interditado por pelo menos mais 10 dias ou até que a Codesaima (Companhia de Desenvolvimento de Roraima), que é responsável por gerir a unidade, cumpra as exigências do órgão regulador. Melhorias estruturais já começaram a ser feitas, mas a aquisição de equipamentos dependerá de abertura de processo licitatório.