Cotidiano

Coopercarne: Preço da carne não tem previsão para cair em Roraima

Presidente da cooperativa, Nadisson Pinheiro, disse que dados divulgados pelo IBGE refletem realidade de grandes centros como a região Sudeste

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou em outubro queda de 0,31% no preço da carne vermelha. Mas o presidente da Cooperativa Agropecuária de Roraima (Coopercarne), Nadisson Pinheiro, disse que não há previsão para essa deflação ser refletida no estado

Apesar da pequena queda, a proteína acumulou aumento de 10,27% em 2021, e de 22,06% nos últimos 12 meses. Pinheiro disse que dados refletem realidade de grandes centros como a região Sudeste. “Aqui em Roraima, a gente tá numa condição ainda diferente, pois não temos muita oferta de animais, atendemos praticamente o mercado interno. Então, a gente não vai sentir esse reflexo agora não”, destacou ele, ainda explicando que elevam o preço da carne as altas no preço de insumos, como o combustível e a ração para os gados.

Pinheiro lembrou que Roraima exporta bois para o Amazonas e reforçou a importância do controle interno da exportação, para não desabastecer o estado e, assim, elevar ainda mais o preço da carne bovina. “Hoje, a gente ainda consegue passar produtos pra eles, pro Amazonas, mas nunca em grande quantidade, porque temos que estar controlando o estoque interno. De repente, passa uma grande quantidade e fica sem o produto aqui, aí sim o preço vai subir aqui”, destacou.


Carne bovina registrou queda de 0,31% em outubro (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Por fim, o presidente da cooperativa traçou o cenário ideal para uma possível queda do preço da carne em Roraima. “Se tiver que melhorar a oferta de animais, aí sim pode ter uma tendência de baixa. No momento, não, porque estamos com uma escala [de venda de produtores] de sete dias. Se a escala dobrar, são 15 dias. Aí sim, a gente pode prever algo nesse sentido”, explicou.

O presidente da Coopercarne lembrou que a queda de 0,31% do preço também é influenciada suspensão temporária das exportações de carne bovina para a China, após o Ministério da Saúde confirmar casos da doença da vaca louca em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte, o que fez o Brasil voltar sua produção para o mercado interno. Essa patologia é registrada em cérebros de bovinos, que podem transmiti-la para humanos, pela ingestão de carne. A síndrome pode causar deterioração mental e a maioria das pessoas podem entrar em coma.