Os corpos encontrados na Terra Yanomami chegaram na Base Aérea de Boa Vista no final da tarde desta quarta-feira (3). As vítimas foram localizadas em uma área próxima à Comunidade Uxiú, onde três indígenas foram baleados em 29 de abril.
A Secretaria de Comunicação de Roraima confirmou que o resgate dos corpos foi realizado com auxílio do Corpo de Bombeiros. A reportagem procurou a Polícia Federal, que conduz a investigação sobre o caso, para saber se todos os oito corpos foram resgatados e se as vítimas já foram identificadas, e aguarda resposta.
Dois carros do Instituto Médico Legal (IML) foram até a Base Aérea para buscar os corpos. As vítimas vão passar por “exames médico-legais para se descortinar as causas das mortes e coleta de outras informações que auxiliem na elucidação do ocorrido”, conforme nota da PF divulgada na terça-feira (2).
Desde o ataque em Uxiú, a escalada da tensão na Terra Yanomami resultou em 13 mortes, sendo a primeira do agente de saúde indígena Ilson Xirixana, de 36 anos, assassinado com um tiro na cabeça. Outros quatro morreram em confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Já os oito corpos foram localizados, segundo a PF, na segunda-feira (1º).
Um pedido de esclarecimentos foi enviado ao ministro da Justiça, Flávio Dino, pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR). Para o parlamentar, as causas das mortes ainda não estão claras.
Cerca de 20 garimpeiros também protestaram nesta manhã para cobrar respostas sobre as 12 mortes de pessoas que fariam parte do garimpo. O ato ocorreu em frente à Superintendência da PF, em Boa Vista.
O governo federal pretende realizar ajustes e intensificar a operação contra o garimpo no território Yanomami. Na segunda-feira, as ministras da Saúde, Nísia Trindade, dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara e do Meio Ambiente, Marina Silva, desembarcaram em Roraima para avaliar a situação. A estimativa do governo Lula é de que 70% a 80% dos garimpeiros já tenham abandonado o território.