Cotidiano

Corregedoria da Polícia Militar será instalada no Latife Salomão

A mudança tem como objetivo atrair a população que deseja fazer sua denúncia contra a atuação de policiais militares

A Corregedoria da Polícia Militar de Roraima (PMRR), órgão que fiscaliza e instaura procedimentos investigativos na área criminal e disciplinar para os policiais militares que atuam no Estado, está passando por um período de adaptações.

Conforme informações repassadas pelo corregedor da PM, Coronel Waney Vieira Filho, o órgão passará a ter autonomia, respondendo diretamente ao Comando Geral da Polícia Militar e terá o seu endereço alterado. As mudanças já tinham sido anunciadas pelo Governo do Estado em novembro do ano passado e devem ser instauradas ainda neste mês de abril, possivelmente nos próximos quinze dias.

De acordo com coronel Waney, a autonomia é avaliada como uma melhoria por significar uma independência do órgão, principalmente com a possibilidade de obter um controle maior dos policiais que atuam na Corregedoria. “Melhora o trabalho que é executado por que o pessoal da Corregedoria estará sempre disponível para qualquer operação”, disse. “Se surgir alguma denúncia e a gente precisar fazer algum trabalho de investigação ou alguma denúncia de crime ou de transgressão disciplinar, nós temos todo o nosso pessoal disponível”, informou o corregedor.

A outra mudança, já aguardada pela população, é que o órgão terá um novo endereço. O espaço para atendimento ao público está localizado, hoje, no quartel do Comando do Policiamento da Capital (CPC), no Centro. Agora, a Corregedoria atenderá em um prédio anexo ao Palácio Latife Salomão, localizado na avenida Glaycon de Paiva.

Segundo coronel Waney, o local foi cedido pelo Governo do Estado com o apoio do Comando Geral e da Casa Militar. “Teremos dez salas para atender à população e creio que em 15 dias nós estaremos nos mudando para lá. A limpeza já foi toda feita, faltando agora somente a parte de manutenção, em razão de o prédio ter ficado fechado durante muito tempo”, adiantou.

Com a mudança, o prédio também abrigará o setor de Ouvidoria da Polícia Militar. Criado desde 2004, o espaço ainda não tinha sido implantado devidamente. O órgão também deverá trabalhar subordinado ao Comando Geral e servirá para colher informações da população sobre a conduta dos policiais militares. Após receber as reclamações, a Ouvidoria deverá tentar resolver a questão ou encaminhar os problemas aos órgãos competentes e acompanhar o processo até obter uma resposta ao denunciante.

Segundo o corregedor, o grande objetivo da alteração de endereço da Corregedoria e a instalação da Ouvidoria em um novo espaço é fazer com que a população se sinta mais à vontade para fazer as denúncias.

“Estamos trabalhando com a expectativa de que, no momento em que for inaugurada a Corregedoria, possamos receber um público mais tranquilo. As pessoas às vezes ficam intimidadas de ir ao quartel para fazer a sua denúncia, chegar lá e dar de cara com um policial que ela mesma foi denunciar. Então, o grande objetivo é exatamente esse: dar mais liberdade para a sociedade procurar os órgãos com os seus reclames”, explicou o coronel.

PRINCIPAIS DENÚNCIAS – Sobre os principais motivos pelos quais os policiais militares respondem inquéritos, o corregedor foi categórico ao afirmar que não existe um motivo principal para as denúncias. Segundo coronel Waney, os inquéritos são variados e somente alguns deles são questões vinculadas ao serviço, como abuso de autoridade, constrangimento ilegal, agressão física ou verbal.

No entanto, o coronel ressaltou que a população também precisa exercer o seu papel e entender a forma como são feitas as abordagens policiais. “Quando a polícia aborda alguém, não se sabe quem ela estará abordando. Nós temos um procedimento padrão para questão de segurança do policial e das outras pessoas envolvidas. Às vezes, a pessoa que nunca foi abordada acha que aquilo está errado, quando, na realidade, para nós, é uma rotina”, esclareceu.

“Nós temos critérios, temos uma legislação a seguir. Só para dar um exemplo, quando se vai abordar alguém, o policial vai com a arma na mão por não saber quem está dentro do carro ou se o motociclista está armado ou não. Posteriormente a isso, é feita a abordagem verbal e a revista. A polícia tem que chegar com segurança. Temos que ter um poder de reação, mas o objetivo desta ação é de proteção da guarnição e de inibição contra alguém que poderia, de alguma forma, atentar contra a vida dos policiais que estão atuando, contra a vida das demais pessoas envolvidas e de algum terceiro que pode estar passando pelo local do que de constranger a sociedade”, finalizou. (P.C.)