A Polícia Civil de Roraima disse que a Corregedoria Geral de Polícia vai iniciar investigação para apurar eventual falta ou quebra de hierarquia no vazamento de áudios e diálogos, em um grupo de WhatsApp.
Os prints de conversa e áudios de grupos de um aplicativo de mensagem teriam sido vazados para a imprensa mostrando mais um capítulo da guerra existente na Polícia Civil de Roraima entre delegados de polícia e outros servidores.
“O caso será apurado na Corregedoria Geral de Polícia e qualquer Policial Civil, seja ele delegado, agente, escrivão e/ou perito de Polícia, que venha fazendo comentários pejorativos em relação ao Executivo Estadual e ao Delegado-Geral será investigado”, informou a nota.
Em um dos prints, um dos delegados envolvidos sugere que seja feito o mapeamento de todos os agentes que estavam criticando o reajuste dos delegados de polícia, para identificar e beneficiar “apenas aqueles que forem leais”, como transcritos na mensagem, e punir o restante. A estratégia dos que participavam da conversa seria pressionar em várias frentes os agentes e escrivães, porém sem deixar transparecer o que seria ‘uma perseguição’.
Um dos supostos delegados citou, como exemplo, o caso de supostos agentes que estão querendo transferência para a capital e que não conseguiriam. Outro fala em prejudicar quem trabalha também como professor. Um terceiro dá a ideia de transferir para o interior do estado os policiais que participaram das manifestações pela isonomia da categoria.
Em alguns dos áudios vazados, um dos envolvidos critica o governador Antonio Denarium (sem partido), os agentes e os escrivães, e diz que iria entregar o cargo. “Seremos motivo de chacota para os agentes”, completou.
Os prints também apontam que os delegados estariam insatisfeitos com a demora na aprovação da lei complementar no 287/2019, responsável pelo reajustamento dos ganhos dos delegados. Na conversa, vários se mostraram insatisfeitos com os dois vetos da redação.
Em outro trecho da conversa, uma delegada diz que os subordinados têm a intenção de desestabilizar a corporação e o emocional da chefia. Os prints também mostraram o momento em que os delegados começaram a combinar uma entrega coletiva dos cargos.
“Não podemos aceitar veto. A hierarquia estará acabada. Não teremos como comandar. Prefiro entregar meu cargo a sofrer insubordinação de policial civil”, frisou um dos delegados em uma mensagem.
Em relação ao delegado que teria gravado áudios ofensivos em relação ao Governador do Estado, Antnio Denarium (Sem Partido), a Polícia Civil informou que ele não participa mais da gestão desde último dia 15.