Cotidiano

CRC afirma que já investigava escritório

Acusado de ser “escritório do crime” no Cantá, empresa que presta serviço de contabilidade não é reconhecida pelo Conselho Regional

O Conselho Regional de Contabilidade (CRC) informou que já investigava denúncia contra o escritório que, no dia 14 de dezembro, durante a Operação Libertatem, foi apontado pela Polícia Federal como parte de uma organização criminosa acusada de irregularidades em licitações dentro da Prefeitura Municipal do Cantá, região Centro-Leste do Estado.

Segundo o presidente do CRC, Francisco de Oliveira, a partir da contratação da empresa, no final de 2014, publicada no Diário Oficial, o órgão começou a fiscalizar o escritório e a pessoa responsável. “Constatamos irregularidades e concluímos que o estabelecimento deveria ser fechado por falsidade ideológica”, disse. “Podemos afirmar à população que o acusado não se trata de um profissional, mas de um leigo. Quanto ao escritório, não está cadastrado e desconhecemos qualquer atividade. Portanto, é inexistente ao Conselho”.

Quando concluso o processo legal, o Conselho irá formalizar denúncia ao Tribunal de Contas, pedindo o cancelamento do contrato da empresa. “Estamos em fase final do relato. Logo depois a Justiça tomará as providências cabíveis”, destacou, acrescentando que há especulações de que a empresa também possui escritórios irregulares nos municípios de Alto Alegre, Centro-Oeste do Estado, e Rorainópolis, região Sul.

“Após as análises do contrato em 2014, o Conselho abriu investigação e localizou o estabelecimento. Enviamos notificação ao responsável para que prestasse depoimentos sobre as irregularidades apuradas”, relatou Oliveira. Segundo ele, a pessoa teve um prazo para se defender e esclarecer a situação, mas não enviou resposta.

“Foram diversas tentativas feitas por nosso fiscal, inclusive enviamos a notificação por correios ao escritório”, relatou o presidente. “Após mais de um mês, recebemos uma carta pedindo prorrogação do prazo, quando a pessoa alegou o não recebimento da documentação. No entanto, nós não concedemos, tendo em vista que o tempo excedeu o limite”.

Conforme Oliveira, em agosto de 2015, o dono do escritório foi autuado pelo CRC. “Na segunda-feira, 14, dando continuação às ações, a PF divulgou a apreensão de documentos que comprovam o desvio de dinheiro público dentro desse mesmo escritório de contabilidade, no Cantá, que fazia montagem de licitações fraudulentas”, mencionou. Nessa operação, o delegado da Polícia Federal, Alan Robson, referiu-se ao local como o “escritório do crime”.

“É importante ressaltar que estamos em fase de conclusão da denúncia do contrato. Acredito que até o dia 15 de janeiro do próximo ano este trâmite seja resolvido”, frisou Oliveira, acrescentando que o CRC enviará um comunicado aos prefeitos e orientando a rescisão de contrato. (B.B)