Cotidiano

Creas registra 295 casos de violação de direitos do idoso, boa parte negligência

Dia Mundial de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa chama a atenção para o respeito à população da terceira idade

O Dia Mundial de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa, que ocorre todo dia 15 de junho, serve para promover uma reflexão a respeito das condições desse segmento da população, que tem sofrido severas violações de direitos ao longo da história.

Somente nos seis primeiros meses do ano, o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), da Prefeitura de Boa Vista, vem realizando o acompanhamento de 295 casos de violação de direitos da população idosa. A maior parte das denúncias diz respeito à negligência com os cuidados das pessoas com mais de 60 anos, seguido de violência psicológica e abuso financeiro cometido por familiares.

Segundo a assistente social, Cirlene Guerra, que também é coordenadora do Serviço de Proteção à Pessoa Idosa e com Deficiência, são vários os tipos de violação cometidos contra o direito dos idosos. “A negligência, que é a falta de cuidados básicos, vem em primeiro lugar. Depois os maus- tratos, que são os casos em que coloca em risco a saúde ou até mesmo a vida do idoso, e o abuso financeiro cometido pelos familiares na maioria das vezes”, disse.

Conforme ela, a unidade realiza o trabalho de orientação à vítima e à família. “O Creas trabalha com orientação. Quando chega a denúncia para nós temos uma equipe especializada para tratar dessas questões. A gente faz a visita na casa do idoso e dá orientação para a família e o acompanhamento contínuo para que o idoso não deixe ter seus direitos violados”, explicou.

Para minimizar os traumas da violência, o idoso recebe acompanhamento psicológico e é encaminhado para projetos sociais. “A nossa ação é o acompanhamento psicológico, encaminhamento para os projetos sociais da prefeitura e do estado e encaminhamento para a Rede de Defesa e Proteção da população idosa”, destacou.

Conforme a assistente social, o mesmo acompanhamento é estendido para a família do idoso violentado. “Não é um acompanhamento de repressão, mas sim de orientação. Nós vamos para a casa do idoso, conversamos com a família inteira e se dentro dessa família tiver um único agressor, nós o levamos para o Creas, orientamos e, se for necessário, damos acompanhamento psicológico”, ressaltou.

Ela informou que um cronograma de palestras fará parte da programação da Campanha Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Pessoa Idosa. “Estamos com um cronograma de palestras para essa questão que deve ser realizadas nos Centros. Iremos abordar sobre a violação de direitos contra a pessoa idosa.

A campanha é permanente e consiste na articulação da Rede de Defesa e Proteção da população idosa, que é composta pelo Disque Direitos Humanos, Delegacias Especializadas, Seções de Polícia Comunitária e de Atendimento a Idosos, Centros de Referência de Assistência Social (Cras) Centros de Referência Especializada da Assistência Social (Creas), presentes em 5.527 municípios brasileiros. (L.G.C)