Cotidiano

Cresce produção de peixes em cativeiro

Aproximadamente 40% da produção local são consumidos em Roraima e o restante é exportado para o Estado do Amazonas

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apresentou, na noite de ontem, dados sobre o estudo do impacto da piscicultura em Roraima e o levantamento do potencial de consumo e preço de peixes criados em cativeiro e processados no mercado local e dos estados do Amazonas e Rondônia, além dos países vizinhos Guiana e Venezuela.
No estudo, foram levantados dados sobre as produções de tambaqui e pirarucu no primeiro semestre deste ano. Segundo o gestor do projeto de piscicultura do Sebrae, Alzir Mesquita, a pesquisa serve para identificar o potencial de mercado e consumo do tambaqui e pirarucu em Roraima. “Nos outros estados como Amazonas e Rondônia e em países como a Guiana e Venezuela, a perspectiva é que até 2022 todos esses mercados também sejam explorados”, disse.
Conforme dados do Sebrae, a produção de peixes criados em cativeiros no Estado cresceu 20% e chegou a 20 mil toneladas. Destes, cerca de 40% são consumidos em Roraima e o restante é exportado para o Estado do Amazonas. “Hoje o cenário da piscicultura em relação ao nível de mercado se deve justamente à preocupação em abrir novos mercados e contarmos com novas empresas para fazer esses levantamentos”, explicou Alzir Mesquita.
Ele disse que os empresários sofrem com o alto custo da produção em Roraima, fazendo com que o preço dos peixes criados em cativeiro seja mais alto que nos outros estados. “O custo de produção para os nossos empresários gira em torno de 30% a mais. A diferença é que em Rondônia, por exemplo, os insumos são produzidos lá e aqui têm de ser importados”, justificou.
Cerca de 25 piscicultores empresariais são atendidos pelo Sebrae em Roraima. Para isso, cada um investe no mínimo três hectares de lâminas d’água para se enquadrarem dentro dos projetos de incentivo à produção oferecidos. Para o gestor do projeto de piscicultura, a expectativa é que para os próximos anos mais produtores procurem a instituição. “Sabemos que existem mais produtores, cerca de 80 de nível empresarial. Vemos também o aumento no número de piscicultores familiar, que são beneficiados com programas de financiamento de construções de tanques nas propriedades”, frisou Alzir Mesquita.
PLANO SAFRA DA PESCA – Até este ano, mais de R$ 4,1 bilhão foram investidos em programas que facilitam o acesso ao crédito para os trabalhadores da atividade, aumentando a oferta de assistência técnica e a formação de cooperativas, que ajudam a melhorar as condições de armazenagem e a comercialização do pescado.
O público alvo do plano são aquicultores familiares e comerciais, pescadores artesanais, armadores de pesca, agricultores familiares e indústrias do setor. Linhas especiais de crédito foram criadas para pescadores e aquicultores familiares, mulheres pescadoras e aquicultoras, marisqueiras e jovens empreendedores, cooperativas e associações.
Além de crédito com juros mais baixos, prazos de carência maiores e ampliação dos limites, o plano desonera a cadeia produtiva, garante assistência técnica, fortalece o cooperativismo, disponibiliza equipamentos, renova embarcações, moderniza a indústria e a comercialização, além de investir em ciência, tecnologia e inovação.