Cotidiano

Criador de Roraima produz e exporta aves ornamentais para oito estados

Um galo da raça Índio Gigante foi vendido por R$ 77 mil e uma franga por R$ 42 mil; um pinto pode custar a partir de R$ 20,00

Roraima já exporta aves ornamentais para outros estados do País. Grande parte da produção do galo da raça Índio Gigante, por exemplo, é vendida para o Amazonas, Pará, Rondônia, Piauí, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e São Paulo. O retorno do investimento ocorre a médio e longo prazo, mas o lucro é certo, segundo os criadores.

O produtor rural e presidente da Associação dos Criadores de Índios Gigantes de Roraima (Acigrr), Antônio Neto, de 58 anos, começou a produzir a raça em Roraima em 2003. Ele já investiu R$ 150 mil no criatório São Pedro, no bairro Aquilino Mota Duarte, no Distrito Industrial, zona Sul. Atualmente tem 900 aves, sendo 250 em reprodução e 650 pintos e frangos.

“Comecei o negócio comprando ovos desta raça. Depois passei a fazer a seleção e, em 2014, melhorei, comprando aves com mais qualificação. No começo foi difícil porque faltava mercado, mas persisti e hoje tenho minha clientela formada”, ressaltou o produtor.

A raça do Índio Gigante é ornamental, mas sua carne também pode ser comercializada. O produtor garante que tem mais qualidade e sabor que a carne da tradicional galinha caipira. O frango da raça que não se enquadra nos padrões exigidos é vendido nas feiras-livres da cidade a R$ 45, mas Antônio Neto afirmou que um pinto dentro dos padrões custa a partir de R$ 20,00 e um frango, R$ 150,00. A dúzia de ovos sai a R$ 150,00. Ele economiza porque produz grande parte da ração.

“É uma espécie de ave ornamental muito valorizada. Só para se ter ideia, no último leilão, um galo de 1,19m foi vendido por R$ 77 mil, e uma franga por R$ 42 mil. A raça tem um padrão de exigência nacional”, observou.

O criatório tem várias baias, sala de encubação e chocadeiras. O processo de produção do galo é todo acompanhado por um veterinário e outros profissionais. O ovo vai para a sala de encubação, onde é classificado para ir à chocadeira. Lá, ele passa 15 dias e depois segue para a nascedeira, onde permanece por mais 15 dias para finalmente o pinto ir para a baia.

Também há uma sala especial no criatório para inseminação artificial. “Aqui fazemos a inseminação duas vezes por semana. Depois, a ave passa por todo o processo até chegar à baia”, explicou.

FENÔMENO – Entre os destaques do criatório São Pedro, Antônio Neto mostra com orgulho o maior galo da região Norte, o “Fenômeno”, terceiro maior galo da raça no Brasil, medindo 1, 19m. A maior espécie é de Goiás e mede 1,23m.

A raça do galo Índio Gigante surgiu na década de 1930, em Goiás, após o cruzamento genético da galinha caipira com o galo “Combatente” de Chono e Malaio. Interessados podem acessar a página do Facebook do produtor Antônio de Matos Neto. (AJ)
 
Autônoma vende 100 galinhas por dia na Feira do Produtor
 
Há 27 anos no mercado, a autônoma Tetes Peixoto Brito, de 45 anos, é uma das vendedoras de galinha mais antigas de Boa Vista. Hoje ela é dona do “Shopping das Galinhas”, que fica ao lado da Feira do Produtor, no bairro São Vicente, zona Sul da cidade. Na banca, além da galinha caipira, a autônoma vende pato, peru, picote e caipirão.

Por dia, Tetes disse que vende, em média, 100 aves, a maioria galinha caipira. O preço varia de R$ 35,00 a R$ 45,00. O pato custa R$ 40,00 e a pata R$ 45,00. O peru sai por R$ 130,00. Ela cria as aves em sua chácara, na região do Bom Intento, na zona rural de Boa Vista, e paga dois funcionários para ajudá-la na produção e na venda das aves.

“Comecei em 1990 no mercado Romeu Caldas [bairro Mecejana, zona Oeste] e cheguei a vender até 400 galinhas em um dia. Mas, como o setor de avicultura se expandiu muito ao longo desses anos, com o surgimento de inúmeros criadores e vendedores, o movimento já chegou a cair até 70%. Mas continuo apostando neste ramo, por isso continuarei produzindo e vendendo”, ressaltou a empreendedora.

A produção e venda de aves proporcionou uma vida mais digna à autônoma. Ela disse que criou bem as duas filhas e que, além da chácara, também tem uma casa no bairro Liberdade, zona Oeste. A avicultora só reclamou das dificuldades na hora de encontrar mão de obra qualificada. “Fica cada vez mais difícil encontrar funcionários competentes. Falta qualificação”, observou. (AJ)