Há dois meses, Nathalie Félix procura tratamento adequado para o filho Caio Gomes Félix, de três anos, após o diagnóstico de hipertrofia grau três nas amígdalas e na adenoide, o que causa o crescimento de carne na garganta e narinas, comprometendo a respiração e dificuldades para engolir. O problema poderia ser resolvido com uma cirurgia, mas a demora para realização dos exames impede que o procedimento seja feito.
De acordo com ela, seu filho deu entrada no Hospital da Criança Santo Antônio em fevereiro com uma crise respiratória. Os exames foram feitos em março e apontaram que a carne crescida internamente está ocupando 85% da respiração nasal. Um mês depois houve o retorno com o otorrinolaringologista que informou para a mãe que o menino precisava de cirurgia.
“O médico pediu mais uma bateria de exames e um retorno para o dia 24 de junho, ou seja, daqui a dois meses. Dizem que são muitas crianças, mas não são todas que têm o problema do meu filho. É uma vida, capaz de morrer e não resolver. Estou desesperada”, lamentou Nathalie, completando que a situação pode se agravar porque o médico especialista atende somente às segundas-feiras na unidade.
Ao procurar a direção do hospital, ela foi informada que a cirurgia só seria antecipada caso a criança entrasse em colapso e parasse de respirar totalmente. O menino está em casa fazendo um tratamento à base de vitamina C para evitar uma gripe e dormindo sentado para conseguir respirar melhor.
Nathalie explicou que por estarem atrofiadas, as amígdalas não diminuem e que com o nariz quase totalmente fechado o filho tem o risco de ficar surdo devido ao tamanho em que se encontram atualmente. A mãe afirmou ainda que com a falta de tratamento seu filho está perdendo peso pela dificuldade de engolir os alimentos.
“Os exames pelos quais ele passou são os que antecedem a cirurgia e são rápidos, que podem ser feitos em um dia. Já disse para o médico que eu vou atrás disso para marcar a cirurgia logo, que nem tem previsão. No hospital, dizem que todas as crianças estão nessa situação. Se for isso, por que não contratam mais gente?”, questionou.
SEM RESPOSTA – A Folha procurou a Prefeitura de Boa Vista para questionar os motivos da demora na realização da cirurgia, assim como o atendimento feito pelo especialista somente às segundas-feiras. Porém, conforme tem ocorrido nos últimos meses com todos os questionamentos sobre várias denúncias feitas ao Município pelo jornal, não houve resposta. (A.P.L)