Ações de imunização contra o sarampo que irão ocorrer em todo o estado ao longo da campanha nacional de vacinação serão voltadas para o público de seis meses a 14 anos.A orientação do Governo Federal era de que essas ações sejam voltadas a faixa-etária de um a quatro anos, mas o estado optou por abrangê-las ao público com maior número de casos no estado.
Atualmente, Roraima tem 442 casos notificados, com 281 confirmados e 111 em investigação. Outros 50 já foram descartados. Mais de 50% dos portadores da doença são venezuelanos e indígenas. “É importante deixar claro que a campanha que estamos fazendo aqui é diferenciada do resto do Brasil. Nossa meta é vacinar 95% de todas as pessoas entre seis meses a 14 anos, que é a faixa-etária com maior incidência de casos de sarampo no estado”, explicou o gerente do Núcleo Estadual do Programa Nacional de Imunização (NEPNI), Rodrigo Denin.
Ao todo, 51 mil doses da vacina contra a poliomielite e 75 mil doses da tríplice viral, que abrange sarampo, rubéola e caxumba, foram distribuídas em todo o estado. Em Boa Vista, são 30 mil doses só da tríplice viral. Rodrigo Denin explicou que a distribuição das doses foi feita baseada no número de pessoas do público-alvo por município e que pessoas mais velhas não imunizadas também podem se vacinar.
“As vacinas estão sendo distribuídas de acordo com a quantidade de pessoas dentro da faixa-etária que estamos trabalhando em cada município. Vale destacar que as doses da tríplice viral também estão disponíveis para pessoas com até 49 anos, mas a ideia é priorizar crianças e adolescentes de até 14 anos”, informou.
O maior desafio da campanha nacional, segundo Rodrigo Denin, é incentivar a população a procurar a vacina. Na campanha antecipada realizada em março deste ano, a meta era que 409 mil pessoas fossem abordadas, para tomar conhecimento quanto a imunização ao sarampo. Entretanto, somente 230 mil procuraram postos de saúde.
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“Queremos que a população seja mais presente nesta campanha. Entendemos que existem muitas vilas e comunidades que são afastadas de postos de saúde, sem falar na qualidade das estradas na época de inverno. Mas pedimos que a população se esforce para ir em busca da vacina, pois todos os postos estão abastecidos. O sarampo é extremamente contagioso, podendo levar ao óbito”, reforçou.
Pouco mais de 60% das pessoas entre seis meses a 14 anos estão vacinadas contra o sarampo no estado. No caso da poliomielite, são 75% das crianças de um a quatro anos. A gerente estadual de controle da Poliomielite, Aryuska Machado, chamou a atenção para esses dados e destacou que a vacinação é importante por ser o único meio de garantir que não haja surto de nenhuma das outras doenças contagiosas abrangidas pela campanha.
“Muitos pais deixam de levar seus filhos para vacinar contra a poliomielite pelo fato de não haver casos no Brasil há décadas. Mas o vírus da poliomielite nunca deixou de circular. A doença só é erradicada no Brasil por causa de sua cobertura vacinal completa. Por isso, é importante que os pais levem seus filhos aos postos de saúde para justamente garantir que o país não volte a ter casos”, afirmou.
E, para aqueles que estão sem cartão de vacinação ou cartão do Sistema Único de Saúde, Rodrigo Denim reforçou que é necessário ir ao posto de saúde de qualquer forma. “A pessoas que estão sem cartão de vacina podem ir até o posto de saúde sem problemas. Na verdade, é até melhor que vá, pois o cartão é um documento, e ao perder, a recomendação é ir ao posto de saúde mais próximo, independente de quais documentos elas estejam sendo portados ou não”, concluiu. (P.B)
