Cotidiano

Crime pode ter sido represália no combate ao tráfico, diz comandante

Comandante da PM afirma que a corporação está unida para prender os envolvidos na execução do soldado

Em entrevista coletiva realizada no final da manhã de ontem, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dagoberto Gonçalves, informou as investigações que apontam o assassinato do soldado, que ocorreu por represália do crime organizado. “Estamos investigando a motivação. Por enquanto, as linhas apontam represália de facções às operações da PM que temos feito em regiões de tráfico na Capital”, disse.

O comandante afirmou que a sensação pela morte do soldado é de indignação. “Ele era um policial tranquilo, disciplinado e com bom comportamento. Vivemos uma guerra não declarada. São mais de 59 mil homicídios no país em 2015, segundo dados do Anuário Brasileiros de Segurança Pública. Isso é mais que muitos países que estão em guerra. Em se falando de PMs, de 2010 para cá são 2.750 que morreram em razão de ser policial militar”, declarou.

Para ele, os policiais têm virado os principais alvos dessa guerra. “As polícias que estão virando barreiras e alvos. Todos os dias policiais morrem, e isso nos causa indignação. Temos a consciência e a certeza de que é a nossa missão, até porque é a nossa profissão. Fazemos o juramento e não é apenas uma retórica, é uma verdade. Nós estamos conscientes que não podemos parar até em honra desses policiais”, destacou.

Gonçalves ressaltou que o momento é de alerta para policiais militares. “É público que o sistema prisional enfrenta problemas por conta de facções criminosas que se instalaram em nosso Estado. O momento é de alerta para os policias militares, mas estamos gerando protocolos de investigação, proteção e controle disso. E a corporação está unida para prender esses elementos ou pararem eles. O uso proporcional da força será usado caso eles resistam”, frisou. (L.G.C)

Governo decreta luto oficial de três dias e diz que está agindo para fazer justiça

Em nota, o Governo do Estado lamentou a morte do policial militar Arnaldo Alves Sena, na tarde de terça-feira. “Considerando que o juramento de entregar a própria vida em prol da segurança pública se cumpriu, foi decretado luto oficial de três dias no Estado a contar desta data”, informou.

O governo reiterou o empenho de instituições de Segurança Pública nas investigações e diligências para capturar os autores do homicídio, no sentido de que os mesmos sejam responsabilizados. Bem como, continuar atuando de forma incisiva para garantir a segurança da sociedade roraimense.

“O Estado de Roraima está de luto pela perda precoce do soldado, que deixa uma lacuna na história da instituição Polícia Militar, com 13 anos de dedicação à nobre missão de ‘Servir e Proteger’ a sociedade roraimense, mesmo com o risco da própria vida”, frisou.

A governadora Suely Campos (PP) e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Dagoberto da Silva Gonçalves, enviaram condolências em nome do povo de Roraima à família do soldado Arnaldo Alves Sena, ao tempo que manifestam solidariedade aos amigos e a toda família Policial Militar.

OAB-RR`- A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Roraima (OAB/RR) também manifestou seu luto pela morte do policial. “A OAB/RR, neste momento de dor, ao mesmo tempo em que envia condolências aos familiares e amigos enlutados, vem a público cobrar das autoridades competentes a imediata e total apuração do crime ocorrido no dia de hoje que ceifou a vida do policial militar. A barbárie que estamos vivenciando nessa quadra histórica de Roraima não pode ser concebida como algo normal”, frisou.

Conforme a entidade, a sociedade roraimense exige o comprometimento de todos os gestores para o enfrentamento dos problemas relativos à nossa segurança. “Não há mais espaço e tempo para experiências, precisamos da efetiva atuação estatal para garantir um dos direitos fundamentais da cidadania que é segurança pública”. (L.G.C)