Cotidiano

Criminalidade volta a preocupar moradores de Pacaraima

A população do município alega que nem mesmo a presença de agentes da Força Nacional ajudou a diminuir a onda de roubos e furtos na cidade

Nem mesmo o envio de agentes da Força Nacional para reforças as atividades de segurança em Roraima foram suficientes para minimizar os efeitos da crise migratória no Estado. Em Pacaraima, na região Norte, moradores voltam a se queixar da crescente onda de roubos e furtos que vem aterrorizando a cidade.

Na segunda-feira, 24, véspera de Natal, a população se revoltou contra um suposto assaltante que teria roubado um carro. A Polícia Militar (PM) foi chamada para verificar o caso e durante a abordagem houve tumulto entre brasileiros e venezuelanos. A cena foi registrada em um vídeo gravado por um morador.

“Os policiais tiraram o venezuelano do carro que estava ali, e quando o policial ‘engravatou’ para algemar, juntou um monte de venezuelano, tiraram o cara que estava sendo preso pelo policial e levaram. Mandaram o cara ir embora, escoltado por um monte de venezuelanos”, relata o autor do vídeo.

Morador de Pacaraima há seis anos, o administrador e jornalista Márcio Coelho Weissenstein afirmou que a situação no município é desesperadora. Ele alega que nem mesmo o reforço de segurança por agentes federais está sendo suficiente para devolver a paz para a população local.

“Moro no município desde 2012 e nunca vi uma situação tão desoladora. A onda de assaltos só aumenta e o reforço de segurança não está surtindo efeito. Aliás, analisando friamente, a vinda da Força Nacional para cá nunca surtiu o efeito desejado”, destacou.

De acordo com o Comandante do Policiamento do Interior (CPI), coronel Lindolfo Bessa, a situação de Pacaraima depende de uma maior no fluxo de pessoas que passam pela fronteira, e que a corporação tem estado atenta a essa questão.

“Nós temos em torno de 600 pessoas que atravessam diariamente a fronteira. É uma população flutuante, onde muitos deles moram em Santa Elena e que vão até Pacaraima para fazer compras ou que trabalhar em residências. Ao anoitecer, a vigilância fica em torno da questão do consumo de bebida. Na medida do possível, nós [PM] procuramos fazer as abordagens, buscando evitar o crescimento dessas conturbações”, completou.  

Sobre a ocorrência do dia 24, Bessa confirmou que as investigações ainda estão em andamento para encontrar o autor e outros partícipes do caso. 

“O veículo foi apreendido e através dele nós vamos identificar o proprietário. Nós temos algumas câmeras que filmaram as pessoas que estavam naquele ocorrido, nós temos testemunhas e já está sendo feito um trabalho de levantamento de verificar as pessoas que de alguma forma que agiram diretamente naquela abordagem ou mesmo que cometeram aquele furto. Só depois disso é que serão tomadas as medidas cabíveis”, finalizou.

A reportagem também entrou em contato com a Casa Civil da Presidência da República e aguarda resposta.