A Venezuela terá cortes de energia de quatro horas diárias durante 40 dias em seus dez estados mais populosos e industrializados. A medida foi anunciada no dia 21 deste mês pelo governo do presidente Nicolás Maduro, que atribui a crise energética à seca que atinge a maior central hidroelétrica da Venezuela.
A Eletrobras informou à Folha web que “o fornecimento de energia para o Município de Boa Vista até o momento está normal. Qualquer alteração para Roraima a empresa venezuelana comunica a Eletronorte que é quem mantém contrato com o país”.
O ministro de Energia Elétrica da Venezuela, Luis Motta, disse que quase 60% do consumo total de eletricidade está na zona residencial, o que afeta severamente o nível da central hidrelétrica El Guri, que fornece 70% da energia do país.
O ministro alegou que restringir a eletricidade é necessário “para preservar a água que ainda resta em Guri, afetada pela forte seca e pelo fenômeno climático El Niño”. Motta afirmou ainda que o plano segue até a segunda semana de maio, período de chuva.
“Cada usuário terá uma suspensão temporária de quatro horas diárias. O plano vai durar aproximadamente 40 dias. É o tempo para começar a conter a queda no volume da principal hidrelétrica do país”, declarou o ministro de Energia Elétrica, Luis Motta, à emissora local.
APAGÕES E RACIONAMENTO
Motta informou que o racionamento afetará os estados de maior consumo: Zulia, Gran Caracas, Carabobo, Aragua, Lara Bolívar, Miranda, Barinas, Monagas e Falcón.
Até o momento, Caracas estava a salvo dos apagões que afetam o interior do país há vários anos, e o único plano de racionamento desenhado para a capital do país, em 2010, foi suspenso após poucos dias.
O governo também declarou as sexta-feiras dia de folga para o setor público nos próximos dois meses. Além disso, a carga horária de trabalho em ministérios e empresas públicas foi reduzida durante a semana.
No início do mês, Maduro decretou a ampliação para nove horas diárias o racionamento de energia para grandes consumidores, como os hotéis, que devem gerar sua própria eletricidade. A medida teve início em fevereiro, por quatro horas, e levou as lojas a encurtar seu horário de funcionamento.
Analistas econômicos advertem que tais medidas afetam a produtividade de um país que já enfrenta uma aguda crise econômica, recessão, a mais alta inflação do planeta (180% em 2015) e escassez de alimentos.
Com informações do O Globo.