Os cuidadores de alunos fizeram na manhã desta sexta-feira, 29, uma manifestação em frente ao Palácio 9 de Julho, sede da prefeitura municipal, por conta dos cortes de salários feito pelo prefeito Arthur Henrique, em consequência das faltas durante o período da greve da categoria que durou 51 dias.
Os manifestantes tentaram entrar na prefeitura para entregar uma reunião com o prefeito, mas foram barrados pela guarda municipal. Fizeram então uma barreira na estrada no prédio impedindo a passagem de carros.
Vídeo postado pelo Sitram mostra a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais, Sueli Cardozo, conversando com o deputado federal Renato Queiroz que prometeu intermediar uma audiência com o prefeito Arthur.
Veja o vídeo:
Durante a audiência, a presidente do Sindicado, Sueli Cardoso, solicitou que as faltas fossem abonadas, e que houvesse reposição de trabalho com atividades que a própria secretaria municipal determinasse como, por exemplo, a prestação de serviços nas áreas de saúde, do meio ambiente e de trânsito.
No entanto, o procurador do Município, Flávio Grangeiro, disse que a proposta de compensação de horários é inviável diante do desvio de função.
Sem contracheque
O Sitram repudiou e caracterizou o desconto como lamentável e denunciou que após alguns servidores baixarem os contracheques, eles foram retirados do portal municipal, deixando a maioria sem acesso a comprovação dos descontos salariais.
“O prefeito está se blindando, não marca reunião, não designa secretário para conversar conosco e temos cuidadora com R$ 16 reais de salário e aplicou o chicote para uma greve que tínhamos direito. É lamentável. Eles acham que poder é isso, mas não é. Poder é diálogo e pelo jeito a prefeitura não aceita que a gente diga que existem problemas. A propaganda mdbista é bonita, mas nossos servidores vivem com sobrecarga de trabalho e a gente recebe isso com muita revolta. As cuidadoras, as famílias, todos estão indignados. A greve acabou, mas o movimento ganhou força com essas faltas” reclamou Sueli Cardozo.
Ao fim da manifestação ficou acertado que o prefeito vai receber o deputado Renato Queiroz na terça-feira, 14h. O Sindicato não sabe se poderá participar da reunião.
Greve dos cuidadores
A mobilização começou em forma de paralisação, no dia 8 de março, mas devido à falta de um acordo com a prefeitura, os servidores decidiram deflagrar uma greve.
Os cuidadores cobram que a prefeitura de Boa Vista reduza a jornada de trabalho de 40h para 30h semanais, e promova melhorias nas condições de trabalho. A todo, a capital tem 750 cuidadores e metade deles estavam em greve.
Outro lado
A reportagem da Folha entrou em contato com a comunicação da Prefeitura de Boa Vista e aguarda retorno.