Curso de gastronomia capacita mães solos venezuelanas para empreender em Boa Vista

Com duração de seis meses, o curso inclui etapas de formação em áreas como educação financeira e marketing

Encerramento da 3ª edição do curso ocorreu nessa quarta-feira (18). (Foto: Wenderson Cabral)
Encerramento da 3ª edição do curso ocorreu nessa quarta-feira (18). (Foto: Wenderson Cabral)

O encerramento da terceira edição do projeto “Mujeres Fuertes” foi realizado nesta quarta-feira (18), em Boa Vista. O curso, focado em gastronomia, busca capacitar mães solos, migrantes e refugiadas venezuelanas para empreender e garantir o sustento de suas famílias. A cerimônia contou com a apresentação e degustação de produtos preparados pelas participantes e foi realizada na sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

A iniciativa, promovida pela organização Hermanitos, visa não apenas capacitar profissionalmente as mulheres, mas também fornecer apoio psicológico, formação empreendedora e treinamentos em gestão de negócios.

Ana Paula, facilitadora do projeto, destacou a importância do curso para a autonomia das participantes. “Nosso foco é no empreendedorismo feminino. Sabemos que muitas dessas mulheres enfrentam desafios enormes ao chegar aqui. O curso de gastronomia é uma forma de ajudá-las a desenvolver habilidades e gerar renda para suas famílias”.

Com duração de seis meses, o curso inclui etapas de formação em áreas como educação financeira e marketing. Após a conclusão, as participantes também têm acesso a um curso de empreendedorismo em parceria com o Sebrae. “Queremos que elas tenham todas as ferramentas necessárias para, quem sabe, abrir seus próprios negócios e gerar mais oportunidades de emprego na cidade”, ressaltou Ana Paula.

Barlis Parra, uma das participantes, relatou como o curso mudou sua perspectiva de futuro. No Brasil há quatro anos, ela trabalha como manicure, mas sempre sonhou em expandir suas atividades. “Quando eu soube do projeto, me inscrevi sem muita expectativa. Fiquei muito feliz quando fui chamada. Agora, depois de tudo o que aprendi, pretendo abrir um pequeno negócio de lanches e crescer com o tempo”.

Outro ponto destacado pelas participantes foi o suporte oferecido durante as aulas, como o cuidado com os filhos. Jessica Balanta, que vive em um abrigo com seus quatro filhos, não tinha com quem deixar as crianças. “Sem o apoio com as crianças, eu não teria conseguido participar. Sou mãe solo e não tenho com quem deixá-los. Esse projeto foi uma bênção”, concluiu.

Leia a Folha Impressa de hoje