Pesquisadores da empresa de segurança UpGuard encontraram dados de 540 milhões de usuários do Facebook armazenados em servidores abertos, que não exigiam senha de acesso, o que permitia que qualquer pessoa pudesse acessar as informações.
Os dados vazados foram obtidos por dois desenvolvedores de apps que operavam dentro do Facebook. As informações estavam armazenadas em servidores da Amazon.
Entre os dados, estavam comentários, curtidas, reações e nomes de usuários. Em outra pasta que tinha 22 mil usuários cadastrados, havia mais detalhes, como lista de amigos, interesses, fotos, check-ins e grupos. Os dados só saíram do ar ontem, 3.
O caso se soma à pilha de situações similares ocorridas no último ano. Em março de 2018, os dados de 87 milhões de pessoas foram usados indevidamente por uma firma de marketing político. Em setembro do mesmo ano, uma brecha expôs as informações de 50 milhões de usuários.
Para o especialista em segurança de sistemas Joel Junior, esse tipo de situação serve de alerta para que as pessoas não compartilhem dados pessoais nas redes sociais. “Nenhum sistema é 100% seguro, e quando acontece um caso assim com um gigante como o Facebook, deve servir de alerta para as pessoas, principalmente aquelas que têm hábito de postar sua rotina, ou mesmo da família, na rede”, aconselhou.
O especialista disse ainda que já existem casos em que bandidos analisaram informações nas redes para cometerem vários crimes.
“Esses bandidos observam as postagens das possíveis vítimas para analisarem a rotina. Muitas vezes, acontece de roubarem a casa por saber que a família está viajando”, destacou.
Joel alertou ainda para aplicativos aparentemente inofensivos que servem algumas vezes para roubar dados. Ele citou alguns testes, como “com qual pessoa famosa você se parece? Faça o teste. Se você pudesse conversar com um famoso qual seria? E como seria essa conversa?”. “Esses aplicativos analisam gostos e comportamentos e fazem com que seu perfil seja exposto”, alertou.
OUTRO LADO – Em nota, a rede social disse que “as políticas do Facebook proíbem o armazenamento em um banco de dados público”. A companhia também fez um pedido à Amazon para tirar do ar as informações. O Facebook diz ainda que não há indícios de que os dados tenham sido usados.