AGENDA DA SEMANA

De venda irregular a mão-de-obra barata: técnicas do Jockey Club Roraimense relatam situação do clube de corrida

O Agenda da Semana deste domingo (25), na rádio Folha FM, contou com a presença de duas técnicas do clube Jockey Club, Camila Silveira e Kika Santos

Problemas do clube saíram na Coluna Parabólica e em matéria da FolhaBV. (Foto: arquivo/FolhaBV)
Problemas do clube saíram na Coluna Parabólica e em matéria da FolhaBV. (Foto: arquivo/FolhaBV)

O Agenda da Semana deste domingo (25), na rádio Folha FM, contou com a presença de duas técnicas do clube Jockey Club Roraimense que relataram a situação do clube de corrida em Boa Vista. Entre os problemas principais citados por Camila Silveira, médica veterinária, e Kika Santos, especialista em três tambores, está a venda irregular de áreas para habitação.

Conforme contam, os sócios-proprietários passaram a vender as áreas do clube, por isso a quantidade de residências aumentaram e o clube reduziu de espaço dentro do bairro onde se encontra, o Jóquei Clube. Com isso, movem ações judiciais, uma vez que as vendas são apontadas como irregulares.

“Hoje vivemos um tempo de insegurança desde que fomos comunicados das vendas. […] Essa venda foi feita pela assinatura de menos de 75% dos sócios-proprietários. […] Estamos tentando judicialmente que nos mostrem e comprovem o que está acontecendo e que essa venda foi legal porque, até então, todos os documentos provam o contrário. A gente também pede que mostrem a lista de quem realmente é sócio”, explica Camila.

Além disso, a médica veterinária relata que já tentaram criar uma diretoria interina, pois consideram o abandono do Jockey e venda das áreas como má administração do atual presidente, o advogado Fábio Martins. Porém, tanto extrajudicial quanto judicialmente, não conseguem administrar o clube, pois o processo estaria parado por Martins não ser localizado para notificação e não colaborar com o pedido.

“Temos ações onde uma delas a gente pede que consiga montar uma diretoria interina para mostrar que com uma administração adequada consegue sim [retornar com as atividades]. […] A gente pede do atual presidente, que não seria mais presidente, que demonstre na justiça [os documentos]”.

Tais documentos são atas das assembleias anteriores, assinaturas que colaboraram para a venda das áreas, lista dos sócios-fundadores e proprietários, além de outras informações administrativas financeiras.

Camila e Kika relatam ainda que cerca de 5 sócios assinaram a venda e que boa parte dos associados não pagam a mensalidade há anos. Segundo elas, a venda de áreas do Jockey Club é para loteamento de residencial, que já tem projeto montado.

Outro lado

O advogado Fábio Martins e presidente do Jockey Club Roraimense foi procurado pela FolhaBV. Em breve manifestação informou que provavelmente não foi notificado porque a parte que moveu a ação não teria informado o endereço certo.

“Eles sabem do meu escritório, tem os outros processos que o Jockey já foi citado. Eles colocaram o endereço para ver se seria licitado por edital, se iria para revelia. E, se o endereço não bate, quem tem que informar é a parte autora e não a parte requerida”, explicou o advogado.

Apesar disso, Martins informou estar disposto a explicar toda a situação posteriormente, como também realizar a manifestação judicial.

Mão-de-obra barata

No último dia 16, a reportagem da FolhaBV apurou a denúncia de mão-de-obra barata e infatojuvenil que estaria sendo praticada no clube interditado a há quase um ano. Segundo as técnicas, há algum tempo as baias passaram a ser vendidas a quem tivesse interesse para manter os cavalos às corridas que eram feitas no local.

No entanto, como o local está interditado, de acordo com as denúncias, as baias e paddock’s (cercado para equinos) continuam sendo abrigo para os animais, que são “tratados” e, eventualmente, levados pelos proprietários para participarem de disputas nos municípios do interior de Roraima. Para reduzir o custo de manutenção dos cavalos, muitos deles de raças valiosas, os proprietários expõem famílias inteiras, inclusive adolescentes e crianças, a trabalhos degradantes.

Sobre isso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) está apurando o caso e posteriormente tornará pública as informações.

Todos os detalhes e mais informações do relato de Camila Silveira e Kika Santos estão disponíveis no YouTube da Folha FM. Assista!

Entrevista com Camila Silveira, médica veterinária, e Kika Santos, especialista em três tambores, sobre o Jockey Clube Roraimense.