Após os recorrentes ataques de piranhas em algumas praias urbanas de Boa Vista, a Defesa Civil Municipal anunciou que deve interditar os balneários por tempo indeterminado. O órgão de fiscalização vem realizando um trabalho de monitoramento para identificar o motivo dos ataques e deverá iniciar a interdição na próxima sexta-feira.
Desde a sexta-feira passada, 28, até domingo, 30, a Defesa Civil registrou ao menos 18 casos de banhistas mordidos por piranhas em balneários da zona Leste da Capital. Os casos estão ocorrendo principalmente nas praias da Polar, no bairro Paraviana, zona Norte, e do Caçari, no bairro Caçari, zona Leste.
Segundo o diretor da Defesa Civil Municipal, Amarildo Gomes, as fiscalizações nos balneários foram intensificadas após os ataques. “Essas fiscalizações são constantes. Temos parceria com o Corpo de Bombeiros e a nossa atribuição são as praias do Cauamé, Caranã e Caçari, mas devido aos últimos acontecimentos, estamos indo a todos os balneários. Dependendo da gravidade, iremos interditar por tempo indeterminado”, afirmou.
Segundo ele, o órgão vem realizando um trabalho de prevenção aos banhistas com a instalação de placas e cartazes alertando sobre o perigo. “Fizemos um trabalho de prevenção colocando placas e vamos continuar com esse trabalho, porque esses acontecimentos são fatos atípicos, ainda não haviam ocorrido. Esse final de semana foram mais ou menos 18 casos de mordida de piranha”, disse.
Conforme o diretor, as equipes da Defesa Civil irão monitorar os balneários durante toda a semana. “Sexta-feira terá o resultado se iremos interditar ou não. Uma mordida dessa pode levar a outros ataques, porque elas sentem o cheiro do sangue e atacam, podendo acontecer situações de morte. Antes que isso aconteça, tomaremos as medidas. Será feita análise da água para ver a gravidade da situação, haja vista que já aconteceram os ataques”, destacou.
Gomes orientou a população para que evite entrar nas águas dos balneários de Boa Vista nesse período. “A orientação que damos é para não entrar na água, porque esses ataques fogem ao nosso controle”, alertou.
Seca contribui para provocar ataques a banhistas, diz bióloga
A bióloga da Defesa Civil Municipal, Jéssica Pereira, informou que os ataques de piranhas nos balneários da Capital são eventos atípicos. “Não é costumeiro acontecer principalmente aqui, nessa região. É um fenômeno da natureza causado por conta da época de desova desses peixes, quando eles tendem a vim para regiões secas ou vão à procura de alimentos nessas áreas mais baixas”, explicou.
Conforme ela, o período de seca dos rios faz diminuir a vegetação e os alimentos das piranhas. “A seca acaba com a vegetação que elas se alimentam, por isso vêm para o raso. O risco de as pessoas serem atacadas é grande. Estamos informando para não entrarem na água enquanto esses ataques estiverem ocorrendo. Elas estão em busca de qualquer alimento”, frisou. (L.G.C)