Cotidiano

Defesa Civil devolverá repasse de R$ 4,6 milhões a União

Recursos provenientes do Ministério da Integração Nacional seriam usados para dar assistência às vítimas de oito municípios que estavam em situação de emergência

O início do inverno em Roraima, que contrariou todas as previsões meteorológicas para a região este ano, culminou com o fim do período de estiagem nos oito municípios que decretaram situação de emergência devido à seca. Por conta disso, o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR) anunciou que o Governo do Estado devolverá aos cofres da União os recursos enviados pelo Governo Federal em maio para ajudar no combate à estiagem.

Ao todo, R$ 4.620.720,00 serão devolvidos para o Ministério da Integração Nacional. Segundo o comandante do CBMRR, coronel Edivaldo Amaral, os recursos foram enviados de forma tardia, no momento em que se iniciou a temporada de chuvas no Estado. “Depois que a Defesa Civil decretou situação de emergência em oito municípios, demorou mais de um mês para que esses recursos chegassem. Foi repassado de forma tardia, o que dificultou a utilização”, disse.

Conforme o comandante, após repassar os recursos à Defesa Civil, no dia 14 de maio, o Governo Federal enviou um relatório informando onde e em que deveriam ser empregados. “Seria destinado para a contratação de carros-pipa, abertura de bebedouros. Mas, com a chegada das chuvas, não vamos mais precisar desse dinheiro. Como ficou difícil de executar essas atividades, achamos melhor fazer a devolução”, explicou.

Ainda em maio, o Ministério Público Federal em Roraima (MPF-RR) e a Controladoria Geral da União (CGU) recomendaram que o Governo do Estado prestasse conta dos recursos destinados para ações de combate à estiagem em oito municípios do interior do Estado.

De acordo com Amaral, a chegada do período chuvoso minimizou a situação da seca nos municípios de Alto Alegre (Centro-Oeste), Amajari (Norte), Iracema (Centro-Sul), Mucajaí (Centro-Oeste), Normandia (Leste), Cantá (Centro-Leste), Caracaraí (Centro-Sul) e Bonfim (Leste). “Fizemos muitas ações para prestar assistência a esses municípios, inclusive combatendo incêndios florestais. Mas, com a chegada das chuvas, o trabalho será voltado para as ações de inverno”, informou.

A Defesa Civil já iniciou uma força-tarefa desde o final do mês passado para ajudar moradores e produtores rurais em áreas afetadas por alagamentos que dificultam o acesso e escoamento da produção. “Recentemente, uma ponte que dava acesso à vicinal 34, em Caroebe, rompeu-se, deixando quase 50 famílias ilhadas. Colocamos dois barcos para fazer a baldeação dessas famílias e conseguimos uma balsa para fazer o transporte de carga”, destacou o comandante.

CAPITAL – As fortes chuvas que caíram em Boa Vista na última semana também causaram estragos a muitos moradores por conta de alagamentos em vários pontos da Capital. O Rio Branco, que chegou ao volume de apenas 63 centímetros no período de estiagem, hoje já ultrapassa os 3 metros. Para tentar evitar maiores prejuízos à população, a Prefeitura iniciou, no mês passado, a ‘Operação Patrulha da Chuva’, que já solucionou 13 pontos críticos e trabalha em mais 12 dos 54 locais que foram mapeados no início do ano passado.

Além dos serviços nas ruas, o Patrulha da Chuva também trabalha com o Plano de Contingência, que é o planejamento para possível atuação em ocorrências emergenciais que envolvam riscos à população. Alguns pontos da cidade apresentam chances de alagamentos devido a serem áreas próximas a rios e igarapés, como geralmente acontece na área de interesse social Caetano Filho, uma parte do Paraviana, o Nova Cidade, entre outros. Cerca de 60 famílias já estão cadastradas, caso haja a necessidade de abrigos. (L.G.C)