Nos últimos meses, a população roraimense viu crescer a vinda de venezuelanos para Roraima, como uma maneira de fugir da crise que assola o país vizinho. Um bom e triste exemplo dessa preocupante situação é a presença cada vez mais comum de indígenas pedindo dinheiro nos semáforos da Capital.
Em entrevista a FolhaWeb nesta quarta-feira, 30, o secretário executivo da Defesa Civil Estadual, tenente coronel Doriedson Ribeiro, alertou a população sobre a doação de dinheiro para as indígenas venezuelanas, uma vez que já existe um espaço próprio para acolher os refugiados do país vizinho.
“Quando elas [indígenas] começaram a migrar para cá, começaram a se concentrar nos semáforos, justamente para obter dinheiro para alimentação e as pessoas se compadeciam dessa situação. Observando toda essa problemática, o Gabinete Integrado de Gestão Migratória [GIGM] criou um espaço para que essas pessoas pudessem ter acesso à alimentação e a tratamento de saúde de forma acessível”, relatou.
O Centro de Referência ao Imigrante (CRI) iniciou as atividades nesta última terça-feira, dia 29, e já atendeu 133 pessoas. A entidade está funcionando de forma provisória na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e do Mobiliário (Sintracomo), localizado na avenida Surumu, 1976, bairro São Vicente, na zona Sul da cidade.
“Com a criação desse Centro, nós queremos desestimular a doação de dinheiro nos semáforos. Nós temos conhecimento de que está ocorrendo situações como o mercado aliciamento dessas indígenas, porque não há lógica alguma doar dinheiro, sendo que há um espaço para o acolhimento dessas pessoas e também a questão do risco vulnerabilidade das crianças, que é muito comum nesses locais”, frisou.
Além das ações de humanização desenvolvidas pelo GIGM, o Centro conta ainda com o apoio de várias entidades privadas e Organizações Não Governamentais (Ongs), como o Serviço Social do Comércio (Sesc), Fraternidade Internacional Humanitária, entre outros.
“Caso as pessoas tenham interesse em ajudar nessa situação, nós recomendamos que elas se dirijam ao CRI, ou seja, que eles se desloquem primeiro antes de fazer qualquer doação. A ideia é que haja primeiro o repasse das recomendações, para ver o que é válido oferecer como doação. A gente sabe que o roraimense tem um coração muito bondoso, mas nós queremos dar um melhor direcionamento para essas doações”, explicou.