Cotidiano

Delegacia registra 30 casos de violência contra idosos mensalmente em Roraima

Crimes mais comuns são de violência doméstica, abandono e apropriação indevida de pensão ou de bens, geralmente praticados por familiares

Dados recentes de pesquisa do Disque 100, em todo o País, apontam crescimento de 16,4% da violência contra idosos nos primeiros seis meses do ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Em Roraima, números da Delegacia de Proteção ao Idoso e Pessoas com Necessidades Especiais (Dpine), mostram uma média de 30 ocorrências por mês, o que representa aproximadamente 150 atendimentos nos cinco primeiros meses deste ano.

Os crimes mais recorrentes são de violência doméstica, abandono e apropriação indevida de bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento do idoso, crimes que estão previstos no Estatuto do Idoso. As investigações realizadas pela delegacia resultaram na abertura de aproximadamente 100 inquéritos, nos cinco primeiros meses deste ano, nos quais, na maioria dos casos, os indiciados são membros da família da vítima.

Além do registro de ocorrências nas delegacias, o Estado também notifica os casos de violência registrados nas unidades de saúde. Conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), foram registrados 30 casos de violência contra idosos em 2014 e outros 14 neste ano, com base nos atendimentos em unidades de saúde do Estado.

Em nota, a Secretaria de Comunicação do Estado disse que a rede de saúde pública vem trabalhando para fortalecer o fluxo de atendimento nas unidades, para aperfeiçoar cada vez mais a notificação de agressão, que poderá ser encaminhada para os órgãos responsáveis, seja para investigação e punição do agressor quanto para acompanhamento psicossocial da vítima.

DENÚNCIAS – A Delegacia de Proteção ao Idoso e Pessoas com Necessidades Especiais funciona na Rua Lindomar Coutinho, número 1.456, bairro Tancredo Neves, zona Oeste de Boa Vista, presta atendimento das 7h30 às 19h30, de segunda a sexta-feira, com uma estrutura diferenciada para atender o público com necessidades especiais.

Fora deste horário, os casos de violência podem ser registrados em qualquer distrito policial e os casos de flagrante são atendidos pela Central de Flagrantes. A denúncia também pode ser feita pelo telefone 181 (Disque-Denúncia da Polícia de Roraima), pelo número 100 (Direitos Humanos), pelo 197 (Polícia Civil) ou pelo 190 (Polícia Militar). O atendimento funciona 24 horas e a denúncia pode ser anônima.

Casa do Vovô atende a 36 internos

O Abrigo de Idosos Maria Lindalva Teixeira de Oliveira, conhecido como Casa do Vovô, é mantido pelo Governo do Estado por meio da Secretaria Estadual do Trabalho e Bem-Estar Social (Setrabes), para receber idosos em situação de risco e vulnerabilidade social. Atualmente existem 36 idosos no local, sendo 32 homens e 4 mulheres.

Para que haja atendimento na Casa do Vovô é necessário encaminhamento pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR), nos casos em que o órgão recebe denúncias de maus-tratos ou de idosos que se encontrem em situação de risco e vulnerabilidade social. Há ainda os casos em que o Departamento de Serviço Social (DPSE) do Hospital Geral de Roraima (HGR) constata que o paciente que recebeu alta da unidade não possui família ou outro vínculo familiar.

Uma vez feita a solicitação para o DPSE da Setrabes, uma equipe técnica composta por assistente social e psicólogo realiza uma visita para constatar a real situação do idoso, seja em casos de violência ou abandono familiar. Durante a visita é aplicado um questionário e, depois disso, é produzido um relatório apresentando parecer, indicando a necessidade ou não do idoso ir para o abrigo. Este parecer é encaminhando para o DPSE e o MPRR.

Uma vez recebido na Casa do Vovô, o idoso é amparado por toda uma equipe de profissionais que presta atendimento médico, psicológico, fisioterapia e fonoaudiologia. Além disso, são desenvolvidas atividades de grupo na própria unidade e, aqueles que têm interesse, participam das atividades na Rede Cidadania Melhor Idade. O abrigo também recebe ações de grupos voluntários que levam um pouco mais de alegria para os internos.