Cotidiano

Deputada fala do desafio de ser mulher

Liderança feminina na Assembleia Legislativa afirmou que chegou a sofrer discriminação até na hora que se lançou candidata

O Dia 8 de março virou símbolo da luta das mulheres e do seu constante crescimento, seja como parte da maioria populacional do Brasil ou cada vez mais conquistando espaço no mercado de trabalho e na sociedade. No entanto, a luta por igualdade continua. Um desses exemplos em busca de espaço é o da coordenadora do Centro Humanitário de Apoio à Mulher (Chame), órgão pertencente à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), e também responsável pela Procuradoria Especial da Mulher na ALE-RR, deputada Lenir Rodrigues.

A parlamentar afirma que passou por muitas dificuldades até chegar ao papel que exerce em defesa dos direitos das mulheres. Desde a adolescência ela participava de movimentos sociais e disse que chegou a sofrer discriminação ao se candidatar a um cargo político. “Sofri muito preconceito na rua e dentro da minha própria casa, tanto que isso levou a uma separação, pois meu ex-marido não queria apoiar minha candidatura. Então, eu tive que abrir mão desse casamento para conquistar meus ideais. Hoje estou com uma pessoa que me apoia nos meus sonhos”, disse.

A coordenadora destacou que, apesar de que cargos importantes, como na condução administrativa da Prefeitura de Boa Vista e do Governo do Estado, estejam nas mãos de mulheres, o cenário político atual carece de uma maior participação feminina. “É preciso que a mulher se insira mais na política. O parlamento estadual é composto por 24 deputados e, deles, 21 são homens e apenas três são mulheres. A tradição machista nos faz pensar que temos que ser apenas donas de casa e mães de família. Nós podemos ter essas funções se quisermos, mas não é uma obrigação. Temos que ocupar os papéis na sociedade que por muitos anos foram exclusivos aos homens. Hoje, através de muita luta, conquistamos o direito de exercê-los também”, frisou.

CHAME – Ela também avaliou as ações do Chame em relação às causas das mulheres. “Tanto na Capital quanto no interior, estamos indo a todas as localidades para fazer um processo educativo das mulheres, principalmente contra a violência doméstica e familiar, contra abuso sexual, contra doenças sexualmente transmissíveis e combate ao câncer”, destacou.

A coordenadora explicou que está em processo de aprovação um projeto para evitar e inibir violência doméstica, e até homicídios, para mulheres que foram ameaçadas pelos parceiros. Conforme a parlamentar, o ‘botão do pânico’ é o mesmo dispositivo utilizado para monitoramento de presos sentenciados que estão em regime aberto e semiaberto. Pelo que prevê a matéria, o agressor usa uma tornozeleira, e a mulher um botão para acionar e avisar à polícia de que está sendo perseguida ou ameaçada. “A lei já passou no primeiro e segundo turnos na ALE e foi para o poder Executivo para sanção”, explicou.