Cotidiano

Deputados divergem durante discurso relacionado ao orçamento de 2022

Bate-boca ocorreu na sessão desta quarta-feira, 8; Xingu e Aurelina Medeiros discutiram sobre a transparência da peça orçamentária

Os ânimos voltaram a ficar acirrados na sessão da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Durante o discurso do deputado estadual Nilton Sindipol (Patri) sobre a peça orçamentária de 2022, na sessão desta quarta-feira, 8, os parlamentares Aurelina Medeiros (Podemos) e Jânio Xingu (PSB) discutiram com relação à transparência na divulgação da matéria. 

“Estamos na iminência de votarmos mais um orçamento público e o que a gente ver todos os anos é aumento. Poderes que vêm de encontro ao atual momento em que se encontra o país e o Estado de Roraima. Precisamos que cada um tenha sua parcela de contribuição de uma forma que a sociedade venha realmente a sentir e ver, constatar na prática a condução e destinação desses valores, para que o Estado seja livre da economia do contra-cheque. O orçamento público é a peça que dá as diretrizes para o ano vindouro. Os órgãos e Poderes têm que se conscientizarem, porque a todo ano querem um aumento, enquanto nós estamos vivendo carência de mais investimentos”, disse Nilton. 

A deputada Aurelina pediu a palavra e detalhou todo o processo que peça orçamentaria passa dentro da Casa. “Eu gostaria de dizer que o orçamento já se encontra na Casa desde setembro e nós já tivemos a oportunidade, como comissão de orçamento, de discutir com o Sinter Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter), Conselho de Cultura e todas as entidades que nos procuraram. Temos até o dia 13 como data limite para a apresentação das emendas e temos definidos os valores da emendas, tanto as individuais, quanto as de comissão”, explicou. 

Durante a palavra, Xingu afirmou que queria fazer um questionamento com relação ao orçamento. “A deputada Aurelina disse que recebeu o Sinter e o Conselho de Cultura, mas eu que sou da Comissão de Orçamento e nunca participei de nenhuma reunião. O orçamento não é uma peça restrita à mesa da Assembleia Legislativa ou a um deputado ou outro, o orçamento é público. Eu já fui relator do orçamento 4 vezes aqui nesta Casa. Quando se fala e aumento para os Poderes, é a gente que dá, é de acordo com a conveniência de quem está no comando”, declarou. 

Ainda na sessão, o deputado Jeferson Alves (PTB) disse: “O discurso que o Xingu apresentou é muito bonito, mas é totalmente diferente. Eu estou há três anos neste parlamento e tive a oportunidade ver ele relatar três vezes o orçamento. Eu não tive a condição nem de ver a peça orçamentária, nem se quer discutir. Hoje ele não está à frente da comissão e quando ele estava não tinha o mesmo posicionamento. No dia em que alguns deputados solicitaram ver a peça, inclusive a deputada Aurelina pediu para ver, ela recebeu um sonoro não”, lembrou. 

Os ânimos entre os políticos ficaram alterados e Aurelina relatou que como presidente da comissão do orçamento da ALE-RR precisava responder uma coisa. “Eu queria dizer ao deputado Xingu que o orçamento e uma peça elaborada pelo Executivo e não pela Assembleia Legislativa. Ele encaminha para que seja analisado”, esclareceu. 

Em contrapartida, Xingu a interrompeu, dizendo que a Casa tem o poder de mudar o orçamento. “Não venha dar aula para quem sabe. É prerrogativa desta Casa mexer no orçamento. Esse discurso seu não serve para mim”, comentou.

Aurelina complementou afirmando que tudo o que deve ser feito com a peça orçamentária é com responsabilidade e a ALE-RR tem o dever de fazer as emendas. “Com responsabilidade. A peça se encontra no site a Assembleia desde setembro. O que acontece e sempre aconteceu, é que a maioria das pessoas, inclusive você [Xingu], nem olha o orçamento e nem ler. Deixa de fazer filme. Eu não sou atriz”, finalizou.

Durante o bate-boca, o presidente da Casa Soldado Sampaio (PCdoB)  precisou interromper e pediu que os microfones fossem desligados. A sessão continuou. 

A votação sobre o Orçamento deve ocorrer nas próximas semanas.