Se você é do tipo de pessoa que quando faz um ‘limpa’ na farmacinha de sua casa não se preocupa sobre como deve proceder ao descartar medicamentos vencidos ou sem uso, saiba que os prejuízos são inúmeros ao jogar os remédios no lixo comum ou até mesmo descartá-los no vaso sanitário. Na verdade, as dúvidas são muitas, especialmente, sobre como, de fato, deve ocorrer esse descarte.
Para discutir esse tema, a Semana de Sustentabilidade e Responsabilidade Social da Estácio da Amazônia vai promover um bate papo com a professora dos cursos de Farmácia e Biomedicina, Iara Leão de Souza, nesta quinta-feira (22), a partir das 20h, no Instagram do Centro Universitário: @estacioamazoniarr.
“Ainda falta muita informação para a população e um trabalho de conscientização, bem como um maior número de locais de coleta, para se chegar ao ideal sobre este assunto”, observa.
Ela adianta que ao jogar o remédio vencido no lixo comum ou na descarga tudo acaba sendo levado para o sistema de tratamento de esgoto e para os aterros sanitários, causando problemas de saúde pública e para o meio ambiente.
“Esses medicamentos e embalagens são levados para aterros, lixões e podem contaminar o solo, devido ao local onde esse lixo vai ser colocado, e os resíduos de medicamentos vão gerar impacto ambiental porque, seja em rios, lagos, oceanos, lençóis freáticos, águas subterrâneas, ou no solo, consequentemente isso reflete na própria saúde da população”, observa.
A doutora em Farmacologia explica que o descarte incorreto de medicamentos acarreta no risco de as substâncias químicas presentes nos remédios chegarem aos rios e córregos, podendo causar contaminação da água que chega na casa de todos.
“Sobre a nossa rede de tratamento de esgoto, nós não temos medidas sanitárias que promovam a remoção dos fármacos dessa água. As propriedades químicas desses medicamentos não facilitam a remoção deles dessa água, ou seja, não há nada específico para os fármacos, e eles podem ficar naquele local, se acumulando, pois muitos têm dificuldade de degradação”, completa.
Além disso, “a depender do meio, as substâncias químicas de alguns medicamentos podem passar por transformações”. Se acontecerem, essas transformações podem levar, por exemplo, a formação de substâncias tóxicas ou a manutenção do próprio fármaco ali, e lá no final do processo, essa água chega na casa da população.
Afinal, qual a forma correta?
O descarte correto de medicamentos, conforme explica a professora, deve acontecer em postos de coleta espalhados pela cidade. O fim desses produtos deve ser a incineração. Para isso, a população precisa encontrar os locais onde existem postos de coleta para deixar nesses pontos os seus remédios vencidos ou em desuso.
Segundo a professora Iara, todas as unidades básicas de saúde da cidade são postos de coleta de medicamentos. Além disso, já existem em Boa Vista redes de farmácias particulares que fornecem locais apropriados para que a clientela dispense seus remédios vencidos lá.
A Estácio da Amazônia também trabalha para mudar essa realidade e pretende disponibilizar, no campus, um local de coleta destes resíduos para os alunos e funcionários.
“É o projeto Estácio Conscientiza, que primeiro busca o mais básico: alertar a população de que a maneira como normalmente ocorre o descarte, não é a correta e mostrar que descartar no lixo doméstico, derramar na pia, no vaso sanitário, vai levar a contaminação ambiental. Então precisamos ampliar a visão sobre os descartes de medicamentos”, explica.
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