“No mundo virtual, a menos que você entre em páginas e acessos oficias, você corre o risco de consumir e compartilhar notícias falsas. Ao mesmo tempo que se constrói, também se destrói muito rápido uma imagem”.
A afirmação é do sociólogo e professor, Paulo Racoski, em relação a utilização das redes sociais como ferramenta de divulgação de políticos durante, e após, a campanha eleitoral de 2018. Ele foi entrevistado nesta quarta-feira, 6, no programa Quem é Quem, da Rádio Folha FM 100.3.
Para Racoski, entre as redes sociais mais conhecidas, tais como Facebook, Instagram, Twitter e WhatsApp, o próprio Whats tende a atingir uma esfera populacional maior que as demais redes devido a comunicação fácil e rápida. Inclusive, foi uma das redes mais utilizadas durante o processo eleitoral e ainda é utilizada à divulgação parlamentar. O dilema desse uso, tanto ao Executivo, como aos demais, é que o Whtas se tornou um vício para uso de notícias falsas.
“Infelizmente, grandes mídias nacionais e globais não fizeram checagem adequada de fonte e deram notícias falsas como verdadeiras. Independente da esfera administrativa, o gestor deve observar o que tem de substancial. E, geralmente, quem faz a divulgação são outras pessoas, para que o parlamentar não caia em descrédito”, comentou. Mas a ideia de utilizar as redes sociais para governar não começou no Brasil.
Segundo o sociólogo, foi o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deu início a esse processo que, inicialmente, poderia vir a ser uma vontade global. Entretanto, o próprio governo estadunidense perdeu o controle das redes. Após atacar a mídia aberta (rádio, televisão, impresso) como algo incompetente e sem credibilidade, Racoski explica que Trump recebeu, de volta, uma enxurrada de outras mídias globais. O resultado: não há controle.
“Ele não consegue controlar todas de uma vez, porque diferente do Brasil, onde há cerca de cinco emissoras grandes de televisão, os EUA têm centenas. E vendo que não está dando certo, ele está criando inimigos externos para fazer uma cortina de fumaça e não mostrar a degeneração do seu Governo”, complementou. Quem perde? A população. Atualmente, os EUA têm cerca de 130 milhões de pessoas pobres e 60 milhões vivendo com ajuda de bolsas.
De volta ao Brasil, o sociólogo pontuou que o Governo tentou implementar esse processo de criar uma guerra virtual e fazer cortina de fumaça sobre várias situações, a fim de causar comoção entre os eleitores, um fato político. “A partir dos resultados, o Governo decide tirar, ou não, os cabos da manipulação. Só que as vezes isso ocorre de forma tardia e trágica, como o que vem acontecendo em Roraima, no Brasil e nos EUA”, finalizou. (A.G.G)