Cerca de 25 mil pessoas, segundo a Polícia Militar de Roraima (PMRR), prestigiaram o tradicional Desfile Cívico de 7 de Setembro, que marca as comemorações da Independência do Brasil. Por conta das obras de reforma da Praça das Águas, a solenidade deste ano ocorreu poucos metros depois, na praça Fábio Marques Paracat, também no complexo Ayrton Senna, no Centro.
As atividades começaram pontualmente às 08 horas e, mesmo sob o intenso calor de mais de 30º, populares acompanharam os desfiles do início ao fim. Uma dessas pessoas foi a auxiliar de serviços gerais, Glaúcia Damásio da Silva. Para ela, estar todos os anos no desfile cívico é uma forma de respeito ao País. “É uma emoção muito grande estar aqui. Acho bonito e fico emocionada. Quando o Hino Nacional é tocado, é maior ainda a emoção”, disse. Ela estava no desfile com os três filhos.
Outro que também acompanhou a ação foi o professor Vanderlei Gurgel, que desde que veio morar na Capital, há 17 anos, nunca perdeu um desfile de 7 de Setembro. “Para mim, é um momento de convivência da comunidade. A gente aproveita para encontrar com amigos e, além do mais, lembrar da Independência do Brasil, apesar do momento que vivemos, é satisfatório prestigiar”, comentou.
Prestigiando a solenidade, a governadora Suely Campos (PP) destacou a participação popular das instituições e da própria população no evento. “Hoje, nesse 07 de Setembro, o Estado está dando uma lição de civismo e respeito à Pátria nesse belo desfile que aqui ocorre. É lindo ver a participação das escolas, do Exército, das nossas polícias, das instituições não governamentais, das igrejas, em expressar nessa data o sentimento de amor pela Pátria”, afirmou.
Outro que também destacou como importante a participação da população foi o comandante da 1º Brigada de Infantaria de Selva, general Carlos Alberto Mansur. Para ele, a ação resgata a simbologia do espírito patriótico e orgulho do cidadão pelo País. “A gente nota isso pela presença da sociedade aqui no desfile de 07 de Setembro. Essa é uma data muito especial para o nosso País, é o Dia da Pátria. E para brindar a essa data, o Exército Brasileiro colocou mais de dois mil militares e mais de 100 viaturas. A gente vê a população, a nossa sociedade vibrando, mostrando patriotismo e amor ao nosso País”, salientou.
As escolas também abrilhantaram o desfile deste ano. Cerca de 1.150 alunos de escolas estaduais participaram do evento. Para a secretária estadual de Educação, Selma Mulinari, mesmo diante dos problemas no setor, muitas unidades fizeram questão de manter a tradição. “É uma data muito importante, hoje o desfile foi um sucesso, mesmo diante dessa confusão existente, principalmente nas escolas, nós conseguimos fazer um desfile muito bonito. A participação dos alunos mostra o quanto a escola e seus gestores estão empenhados em recuperar os trabalhos, oferecendo educação de qualidade. E a participação dos próprios alunos ressalta o quanto eles estão interessados em construir essa educação de qualidade”, frisou.
PROTESTO – O desfile de 07 de Setembro também foi marcado por protestos. Cerca de 30 alunos compareceram ao evento para exigir melhorias na educação do Estado. Eles aproveitaram ainda para exigir a saída de Selma Mulinari do cargo. “A Assoer, junto com suas lideranças estudantis, quer que o governo chegue a um consenso com os professores e que eles atendam a todas as pautas de reivindicação. Infelizmente, como é de costume, a nossa governadora colocou uma roda de policiais da tropa de choque da PM, simplesmente para poder reprimir a classe estudantil. Nossas lideranças foram firmes, permaneceram protestando ao lado da tribuna das autoridades, exigindo que o governo agilize as negociações com os professores indígenas e não indígenas do Estado”, ressaltou o presidente da Associação dos Estudantes de Roraima (Assoer), Arlisson Nascimento.
Questionada sobre as negociações com o comando grevista, Selma Mulinari ressaltou novamente o comprometimento do Governo do Estado em chegar a um acordo com os professores. “Nós realizamos várias reuniões com as lideranças do Sinter [Sindicato dos Trabalhadores em Educação] com o intuito de acabar com a greve, tendo problemas em apenas duas questões. Mas eu acredito que a proposta feita e acordada no Tribunal de Justiça foi muito boa para ambos os lados. A governadora, assim como toda a sua equipe, se empenhou em colocar um fim nessa greve. Então, acho apenas que está faltando um pouco de reflexão do sindicato, de ver as conquistas que foram realizadas e pôr um fim nessa questão, porque eu entendo que ambos os lados tiveram que ceder”, disse.
“É importante informar à comunidade, também, que a gente não pode cumprir coisas que foram deixadas por governos anteriores em um passe de mágica. É preciso que haja primeiramente a previsão de recursos e o planejamento necessário para que se possa pagar. Isso tudo nós oferecemos em uma proposta, mas é preciso que o sindicato também faça uma reflexão da responsabilidade ou então da sua ausência, porque já estamos aí com quase um mês de paralisação.
Essas aulas terão que ser trabalhadas e a greve prejudica 74 mil alunos e suas famílias. É preciso que haja uma reflexão e que também haja uma responsabilidade. Nós estamos trabalhando diuturnamente para que essa greve acabe, no entanto, é preciso que o Sinter também reflita e nos ajude nesse entendimento”, frisou.