Os crimes ambientais mais comuns identificados e combatidos pela Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) em Roraima são o desmatamento ilegal, a extração irregular de madeira, a caça e pesca predatória. Uma das maiores preocupações é com a captura de tartarugas e alguns pássaros silvestres, como o curió, que estão na lista internacional de animais ameaçados de extinção.
Segundo o diretor de Monitoramento e Controle Ambiental da Femarh, Mazenaldo Costa, os fiscais ambientais da Femarh acompanhados de policiais militares e civis fazem a fiscalização periódica com a utilização de veículos, barcos de patrulha e drones, que é um equipamento utilizado para fazer sobrevoos, capaz de registrar imagens aéreas e identificar áreas desmatadas em lugares de difícil acesso por meio terrestre.
“O Estado é rico em diversidade biológica e por isso propício a vários crimes ambientais. As tartarugas da Amazônia e tracajás são caçados principalmente no período de desova”, comentou o chefe de fiscalização ao informar que a pesca predatória ocorre no período da piracema, época em que os peixes sobem o rio para se reproduzirem.
Costa explicou que as tartarugas são capturadas por caçadores que utilizam uma grande rede instalada de um lado ao outro do Rio Branco. “Eles pegam esses quelônios que chegam a pesar até 15 quilos”. Informou ainda que os equipamentos e embarcações utilizados na prática não autorizada são destruídos. Já as madeiras extraídas de forma ilegal são doadas para instituições como a Polícia Militar.
No caso do desmatamento, a multa é de mil reais por hectare onde ocorreu a supressão vegetal ou em Área de Preservação Permanente (APP), que incluem a mata ciliar de rios e igarapés. “Os equipamentos utilizados para o desmatamento ilegal podem ser apreendidos, como tratores e motosserras”, informou.
Já para a caça ilegal de tartarugas é aplicado de multa o valor de R$ 5 mil por animal capturado. No caso de animais não ameaçados de extinção, como a paca, a multa é de R$ 500,00. “Se os animais estiverem aptos a voltar para a natureza, devolvemos na mesma hora como fizemos no começo do ano com 113 tartarugas”.
Os que não podem ser devolvidos ao habitat natural, Costa informou que são entregues ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – veja matéria sobre o assunto na página 6A.
“Como são iguarias culturalmente apreciadas na Região Norte do Brasil, principalmente nesse período de outubro a fevereiro, quando elas estão se reproduzindo nas praias do baixo Rio Branco e quando são bastante consumidas pelas pessoas nas festas de final de ano”, disse ao informar que essa reprodução natural é acompanhada pela Fermarh para que o ciclo reprodutivo continue sem haver danos ao meio ambiente. (A.D)