
Dentro da Penitenciária de Rorainópolis, uma horta de 250 metros quadrados tem se tornado uma ferramenta de ressocialização e remissão de pena para internos. A cada três dias de trabalho no cultivo de hortaliças, os detentos conseguem reduzir um dia de sua sentença.
Os produtos cultivados, como alface, rúcula, cebola, coentro, pimentão, batata-doce e feijão verde, são vendidos para familiares dos internos, policiais penais e a população local, especialmente nos dias de visita. A arrecadação retorna para o fundo penitenciário, garantindo a manutenção do projeto e o pagamento dos trabalhadores.
O secretário da Sejuc, Hércules Pereira, explicou que a horta foi implantada com base na experiência de outras unidades prisionais do estado, como a Penitenciária Agrícola de Boa Vista, o Centro de Progressão Penitenciária e a unidade feminina.
De acordo com ele, dez internos estão envolvidos no projeto, e três deles são contratados pelo Projeto Renascer, recebendo um salário mensal.
“O critério inicial para seleção dos internos é o tempo de cumprimento da pena. A partir de um sexto da pena, eles podem ingressar em alguma atividade. O comportamento também é levado em consideração. A cada três dias trabalhados, um dia é reduzido da pena”, afirmou Hércules.
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O chefe da logística da unidade, Danilo Andrade, destacou que a ideia surgiu para aproveitar o espaço disponível no presídio e oferecer uma ocupação produtiva aos internos.
O agrônomo Hugo Gonçalves Gabriel, responsável pela assistência técnica, afirmou que a horta é a maior da cidade e reforçou a importância da capacitação dos internos. “Eles estão aprendendo uma profissão. Agora, em parceria com a prefeitura, vamos continuar dando instrução e assistência técnica”, disse.
Outros projetos
Além do trabalho na horta, a Sejuc mantém outras frentes de ressocialização. O secretário Hércules Pereira ressaltou que o projeto faz parte de um conjunto de iniciativas voltadas à capacitação dos internos.
“Hoje temos nove oficinas de trabalho no sistema prisional, incluindo mecânica, serralheria, marcenaria e barbearia. Nosso foco é ampliar essas oportunidades para garantir que os internos saiam daqui melhores do que entraram”, afirmou.