Cotidiano

Dia de paralisação atrasa volta às aulas

Professores marcaram dois de paralisação, por isso as aulas na rede estadual só devem começar na próxima semana

Servidores estaduais da Educação realizaram, na manhã de ontem, paralisação na Praça do Centro Cívico, interrompendo as atividades por 48 horas. O movimento atrasou o retorno às aulas nas escolas da rede estadual, que estava previsto para esta quinta. Os profissionais reivindicam que a categoria seja enquadrada no Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) e pedem a revogação do decreto que aumentou de seis para oito as horas de trabalho sem aumento salarial.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinter), Ornildo Roberto, disse que a Lei 892/2013, aprovada e sancionada em 25 de janeiro de 2013, estabelece o PCCR, no qual os profissionais da educação não estão enquadrados, por isso deixam de receber ajustes salariais. “Temos trabalhadores que terminaram sua graduação, especialização e mestrado, mas ainda hoje recebem um salário de início de carreira, tendo um grande prejuízo porque essa lei não os enquadra”, explicou.

Segundo ele, em reunião no dia 08 de julho, a Procuradoria-Geral do Estado, (Proge) entregou um parecer informando o período de 15 dias para se posicionar, prazo que encerrou ontem. “O prazo venceu e estamos aguardando o posicionamento. Somos contra a revogação da Lei 892, que está em vigor. Se ela tem inconsistências, é preciso consertar aquilo que está errado e implementar o que atende à classe dos trabalhadores da educação, e não revogar a lei”, frisou o sindicalista.

Outra reivindicação da categoria é a revogação do decreto que aumentou de seis para oito as horas de trabalho sem aumento salarial. Conforme o documento, publicado no Diário Oficial do Estado, a alteração na carga horária dos servidores da Secretaria Estadual de Educação (Seed) não implica a concessão de vantagens ou aumento salarial. Conforme o decreto, a alteração é baseada na conveniência e oportunidade, prevalecendo a supremacia do interesse público.

Para a servidora Aldamires Silva, associada do Sinter, o decreto prejudica a classe. “É falta de respeito que os servidores trabalhem mais sem receber ajustes salariais dos quais temos direito. Justiça é isonomia de salário e de carga horária”, disse

O presidente do Sinter não descarta greve. “A deflagração de uma greve é uma ação de última instância, uma medida que faremos apenas em último caso, se não houver um acordo”, afirmou.

GOVERNO – Por meio de nota, o Governo do Estado afirmou que na reunião do dia 08 de julho, com representantes do Sinter, no Palácio Senador Hélio Campos, para firmar um acordo, ficou acertada a continuidade dos trabalhos realizados pelas comissões criadas pela Seed, a indicação pelo sindicato de quatro nomes para integrar a comissão responsável pela análise das inconsistências da Lei 892/13, além do projeto de lei que a substituirá.

Afirmou que também ficou definido, no acordo, que a Seed discutiria, junto à Procuradoria Geral do Estado, a questão dos dois horários de expediente para os servidores da Educação, com prazo até o dia 23 para se manifestar sobre o tema. Disse que a secretaria está cumprindo o acordado em reunião e mantendo diálogo aberto com os representantes dos docentes.

Como o prazo discriminado na nota do governo para que a Seed se posicionasse sobre o que foi decidido venceu ontem, a Folha perguntou ao governo se já havia algum posicionamento referente à questão, porém, até o fechamento da matéria, às 19h, não houve resposta.