Acordar cedo para buscar as mercadorias fresquinhas, organizar e abrir a banca na feira e continuar pelo resto do dia com o sorriso no rosto, vencendo muitas vezes o calor, a chuva e as adversidades que os dias trazem para sempre proporcionar o melhor atendimento possível. O feirante tem uma das profissões mais antigas e conhecidas e, neste dia 25 de agosto, é comemorado o seu dia.
No início do século passado, os agricultores rurais brasileiros não tinham a menor ideia de como comercializar os produtos fora de empórios e mercearias. Mas no dia 25 de agosto de 1914, foi realizada a primeira feira de rua do país em São Paulo, onde 26 feirantes estrearam a venda de itens alimentícios como frutas, verduras e legumes a preços abaixo do praticado em outros locais. Desde então, a data é comemorada anualmente.
Uma das principais feiras livres de Roraima é a Feira do Produtor, localizada no bairro São Vicente, zona sul de Boa Vista. O local possui atualmente 365 feirantes cadastrados e recebe cerca de mil clientes por semana. Nos finais de semana e feriados, o número flutua entre 1.500 a 3.000 visitantes.
Uma dessas profissionais é a feirante Joanice Pereira dos Santos, de 48 anos. Ela trabalha há 25 anos com a venda de produtos derivados da mandioca, como farinha, goma, tucupi e carimã.
Vinda do Maranhão, Joanice chegou a Roraima em 1993 e se estabeleceu na região do Apiaú, município de Mucajaí, onde produz a mandioca e derivados do tubérculo. Para ela, os comerciantes que estão instalados na Feira do Produtor são como uma família.
“Eu gosto de trabalhar na feira, ser feirante, ser produtora. Eu já estou há tanto tempo trabalhando aqui na feira que considero a feira como minha segunda casa e os colegas como uma família. A gente tem uma boa comunicação entre os vizinhos e os clientes”, disse.
A feirante explica que todos os comerciantes do espaço tentam repassar um preço mais barato ao consumidor, sempre mantendo a qualidade dos produtos oferecidos vindos do interior para serem levados à mesa do roraimense.
VENDA DIRETA
A administração da Feira do Produtor aponta que, dos 365 feirantes cadastrados, cerca de 60% dos profissionais vendem o próprio produto, ou seja, são agricultores do Estado que têm seu espaço no local. Isso coloca o restante dos feirantes como intermediários, ou seja, revendem produtos de terceiros. Ainda de acordo com o setor, há um fluxo de mil trabalhadores atuando no local.
“A gente abre às 5h e fecha por volta de 18h para consumo, ficando somente carga e descarga até 20h. A gente tem uma variedade muito grande. Hoje você vem aqui na feira e acha praticamente tudo. De tempero a ervas medicinais, óleos, farinha, derivados da farinha, tapioca, tudo. Tem açougue, tem peixaria, tem polpa de frutas, fruta in natura. Então tudo que você procurar, aqui na feira tem”, destacou Denis Tupinambá, chefe da Feira do Produtor.
A feira comporta uma média de 800 a mil clientes por semana. Durante finais de semana e feriados, o público vai de 1.500 a 3.000 pessoas que buscam preços mais atrativos no mercado local.