Para quem descobre o câncer de mama, o medo da morte ou de ficar mutilada por conta da doença ainda continuam sendo os mitos mais comuns entre mulheres no mundo todo, o que acaba afastando muitas das consultas de rotina com os médicos.
Apesar disso, com a difusão da importância da prevenção precoce, muitas mulheres têm ficado cada vez mais atentas às mudanças do seu próprio corpo. Esse foi o caso de Maria da Paz Oliveira, de 53 anos. Natural do Estado do Pará, a dona de casa disse que descobriu o câncer durante o procedimento de autoexame. Por achar tudo aquilo muito estranho, decidiu imediatamente procurar o médico, que a princípio descartou a doença.
“O nódulo era do tamanho de um grão de milho e eu achava aquilo muito estranho. Decidi procurar um médico, que a princípio descartou a doença. Eu até relaxei um pouco, já que ele havia me dado garantias de que era um alarme falso. Só que aquilo me deixava muito inquieta. Foi quando pedi a opinião de uma segunda especialista. Foi aí que, depois de uma série de exames, veio a confirmação do câncer de mama”, frisou.
Maria da Paz afirmou que, na época, em 2001, contava apenas com o apoio do marido, hoje ex-companheiro, já que toda a sua família residia em outro Estado. Mesmo frente a tantas dificuldades, ela decidiu não perder tempo, iniciando tratamento assim que o diagnóstico foi confirmado.
“Descobrir o câncer foi bem complicado no começo, até pelo fato de não ter apoio familiar aqui, em Boa Vista, já que toda a minha família é do Pará. Eu só tinha o meu ex-marido, na época. No mesmo ano que constatado, fiz a cirurgia de retirada do nódulo e, no ano seguinte, fui para Manaus fazer o tratamento especializado. Como a descoberta foi bem no início, o tempo das sessões foi bem curto, até erradicar de vez a doença”, disse.
Após o período de tratamento, a dona de casa decidiu se engajar na luta contra a doença. Ela é uma das várias pacientes que passaram por acompanhamento na Liga de Combate ao Câncer, uma entidade sem fins lucrativos que atua na orientação e apoio aos portadores do câncer.
“Eu não conhecia os trabalhos da Liga, até conhecer os doutores Adonis e Magnólia Rocha. Eles são pessoas sensacionais, que ajudam muita gente. Depois que passei a conhecer melhor a entidade, decidi de alguma forma contribuir com as atividades, dando uma ajuda àquelas mulheres que passam pelo mesmo drama que eu passei”, frisou.
Casada pela segunda vez, Maria acredita que, se não fosse por sua persistência, provavelmente seria mais uma entre as várias mulheres que encabeçam as estatísticas de mortalidade do câncer de mama. Ela deixou claro que a prevenção ainda é a maior aliada contra a doença.
“Depois desse meu drama, sempre digo para as minhas amigas terem mais cuidado. Na época que ocorreu comigo, o assunto não era tão difundido abertamente como é agora, graças ao Outubro Rosa. Então, é sempre bom que as mulheres procurem o médico e realmente passem a cuidar melhor da saúde. O câncer é, infelizmente, uma doença oportunista, que não pede licença para aparecer. Enquanto relutamos em admitir que temos um problema, pior fica e as mortes continuarão a crescer”, frisou. (M.L)