O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou em entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, 9, que a Força Nacional recebeu colaboração de governadores de aproximadamente dez estados, que enviaram cerca de 500 homens para reforçar o contingente.
“Esse contingente visa apoiar providências que estamos adotando ao longo da semana, principalmente proteção à Praça dos Três Poderes e à Esplanada dos Ministérios”, afirmou, ao lado dos diretores gerais da PF, Andrei Rodrigues, e da PRF, Antônio Fernando Oliveira.
Dino destacou que golpistas “não obtiveram êxito em intentos de ruptura da lei” e que o MJSP está tomando providências para que essa tendência se mantenha. “Quero afirmar que graças a Deus nosso País caminha para absoluta normalização institucional”, reforçou.
Mais cedo, o interventor federal escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Cappelli, disse que todas as barracas do acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília foram retiradas. “Desativamos o acampamento que funcionou como QG dos atos antidemocráticos inaceitáveis de ontem”, afirmou, nas redes sociais. “A área foi retomada e não será permitida a volta de manifestantes. Todos os elementos foram encaminhados para a PF. A lei será cumprida”, prometeu.
Mais de 1.200 pessoas já foram detidas e levadas até a sede da Polícia Federal, de acordo com dados do MJSP. A Polícia Civil do Distrito Federal informou que, até o momento, 300 pessoas foram presas.
Perícias
Flávio Dino disse que a Polícia Federal já realizou perícias no Palácio do Planalto, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). As perícias, de acordo com o ministro, vão promover a responsabilização civil e servem para “configurar crimes e aparelhar ações de indenização” – cobrança que será feita pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Segundo o ministro, foram identificados 9 bloqueios em rodovias desde ontem, mas todos foram desobstruídos. “A PRF agiu”, afirmou. Dino disse que a instituição apreendeu 40 ônibus, alguns em deslocamento, e que em um deles havia arma de fogo e “preparação para violência”.
O ministro informou que foram realizadas 209 prisões em flagrante ontem e que, neste momento, aproximadamente 1.200 pessoas estão sendo ouvidas por 50 equipes de polícia. No total, foram 1.500 detenções. De acordo com Dino, a “imensa maioria dos detidos estava nos acampamentos”.