Após o desabamento de uma ponte sobre o Rio Tocantins, que causou a morte de 14 pessoas, o superintendente estadual do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) em Roraima, Igo Brasil, participou do programa Agenda da Semana neste domingo (5) para falar sobre a situação das pontes no estado. Durante a entrevista, ele detalhou os esforços do órgão para prevenir acidentes similares e destacou as especificidades locais que minimizam os riscos.
Segundo Igo Brasil, o Dnit realiza um monitoramento contínuo de pontes em todo o país, com apoio de empresas supervisoras que emitem relatórios periódicos sobre as condições estruturais.
“O Dnit já tem um programa de monitoramento das pontes de todo o Brasil. Aqui em Roraima, realizamos manutenções constantes para garantir a segurança da população”
Ele destacou que, em 2024, todas as pontes de concreto do estado passaram por reparos, incluindo as de Caracaraí, Uraricoera e Tacutu. “Fizemos a manutenção em todas as pontes de concreto do estado. Por exemplo, no Uraricoera, havia um buraco na laje de transição, e nós solucionamos isso. Também foram realizadas intervenções em duas pontes do Tacutu, incluindo a que faz fronteira com a Guiana.”
Ao comentar o desabamento no Tocantins, Igo explicou que a ponte em questão apresentava características estruturais muito distintas das pontes de Roraima.
“As nossas pontes possuem colunas que oferecem maior suporte, ao contrário daquela ponte, que tinha o maior vão livre do Brasil. Além disso, em Roraima, as manutenções têm sido realizadas de forma preventiva”
Ele também abordou a situação da ponte metálica sobre o Rio Cachorro, que chegou a ser interditada em 2024 devido à deterioração causada pelo tráfego de veículos com excesso de peso. “Primeiro, reduzimos a capacidade de carga para 25 toneladas e, depois, para 6 toneladas, até concluirmos a manutenção. A interdição foi necessária para garantir a segurança da população”, explicou.
O superintendente ressaltou a necessidade de colaboração dos transportadores para evitar o desgaste prematuro das estruturas.
“Sempre faço um apelo para que respeitem os limites de carga. Apesar de os projetos preverem uma margem de segurança, o excesso compromete a vida útil das pontes”
Em relação às pontes de madeira na BR-432, Igo informou que o Dnit está concluindo as manutenções e já planeja substituí-las por estruturas de concreto ou galerias.