Cotidiano

Doadores de medula óssea poderão ser isentos de taxa

Para obter benefício, candidatos precisam ser cadastrados no registro nacional de doadores

Um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) prevê a isenção do pagamento da taxa de inscrição em concursos públicos promovidos no Estado aos doadores de medula óssea, desde que eles estejam devidamente cadastrados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

O objetivo do projeto, proposto pela deputada Lenir Rodrigues (Cidadania), é sensibilizar a população para se inscrever no cadastro de doação de medula óssea. “No Estado, ainda não temos o costume de fazer doação de medula e, com esse incentivo, iremos aumentar nossa contribuição e as chances para quem precisa”, comentou.

Para ter direito à isenção, caso o projeto seja aprovado, o doador deverá apresentar a declaração fornecida pelo Hemocentro do Estado de Roraima ou pelo Redome.  Ficam subordinados à lei os órgãos da Administração Direta, Autarquias, Fundações Públicas, Sociedades de Economia Mista e entidades controladas direta ou indiretamente pelo Estado.

Importância da doação de medula 

Atualmente, Roraima conta com aproximadamente quatro mil pessoas no cadastro de doadores, número que, de acordo com a assistente social do Hemocentro, Edna Félix, é pequeno. “Esse número relacionado à população do Estado, é pequeno. Muitas vezes, as pessoas desconhecem o processo de cadastro e de doação e acabam deixando de se cadastrar por medo”, informou.

Conforme Edna, projetos como o da deputada Lenir, que estimulam a doação de medula, são importantes para que as pessoas conheçam e tenham mais interesse pela causa. “A gente precisa que existam essas legislações para que as pessoas possam conhecer como é o sistema e procurem se cadastrar para ajudar quem está precisando”.

Sensação de recompensa

Em 2012, a servidora pública Jane Costa da Silva se cadastrou no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Três anos depois, ela foi compatível com um paciente. Jane explica que após a surpresa com a notícia, a sensação foi de recompensa. “No início, deu um medo, mas depois que eu vi o quanto é importante a doação da medula, eu segui em frente e a sensação de ajudar o próximo é única”, relatou. 

Para a servidora pública, leis que incentivam a doação são importantes, mas também é necessária a sensibilização da população. “Fazer o cadastro é muito fácil, mas a gente tem que ser ativo na doação de sangue, participar do Redome e o principal, não desistir. Imagina você está em um banco mundial de doadores, ser compatível com alguém e desistir? É muito triste”.

Para se tornar um doador de medula óssea é necessário ter entre 18 e 55 anos de idade; estar com boa saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; não apresentar doença neoplástica(câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico. Quem tiver interesse, basta procurar o Hemocentro de Roraima, localizado na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, no bairro Aeroporto. Lá é realizado um cadastro ao Redome para averiguar a compatibilidade do doador e paciente.