A turbidez (redução da transparência) dos rios Mucajaí e Uraricoera teve um aumento no primeiro trimestre de 2019, quando comparado ao mesmo período de anos anteriores. O comum é que a medida fique entre 14 e 17 nos rios roraimenses durante este período seco, pois não há chuvas para levar areia até as águas, mas ela chegou a 91, de acordo com dados do programa Qualiágua.
Quanto menor for a medida, mais perto de ser transparente a água está e quanto maior for, com mais aspecto de suja fica.
“Devido a algumas denúncias que foram feitas à Femarh [Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos], a equipe da diretoria de Recursos Hídricos se deslocou ao rio Mucajaí em fevereiro deste ano e notamos que a turbidez, que era em torno de 17, estava em 91”, declarou Rogeano Gonçalves, chefe do setor responsável pelo Qualiágua.
Para que esta mudança ocorra é necessária uma ação, seja ela dos homens ou da natureza. Ainda não há um motivo identificado, mas, de acordo com Gonçalves, é muito provável que seja em decorrência de exploração ilegal de garimpos.
“É uma coisa que não posso afirmar o motivo com certeza, mas provavelmente é alguma ação que está acontecendo lá em cima que vem alterando esses parâmetros do rio Mucajaí”, disse.
SOBRE O PROGRAMA – O Qualiágua é um contrato entre a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Femarh que ocorre desde 2016.
Visa monitorar as águas superficiais do Brasil. Em Roraima, a Femarh é a responsável técnica pelas aferições, coletas de amostras d’água e medição de vazão dos rios que fazem parte do programa.
Tem a finalidade de monitorar a qualidade aferindo os parâmetros de temperatura da água e do ar, turbidez, PH, oxigênio dissolvido e condutividade elétrica. O trabalho é feito com sonda no local da coleta dos dados. (F.A)