O sonho da casa própria acabou se tornando um pesadelo para o office-boy Gilvan dos Santos. Ele procurou a Folha após receber diversas ameaças de morte por mensagens e ligações de pessoas que teriam invadido seu terreno no bairro Professora Araceli, zona Oeste de Boa Vista.
O terreno que fica ao lado da casa da namorada de Gilvan foi comprado há cerca de cinco meses. Entretanto, na época o office-boy não possuía condições financeiras para construir uma casa, nem levantar muros ou cercas de madeiras no local.
Pouco tempo depois, três famílias invadiram o espaço e passaram a realizar pequenas benfeitorias no terreno. Após conversas, ele conseguiu convencer dois dos três invasores a deixarem o local. Porém, um homem que passou a morar ali com a esposa e filhos se negou a sair. Segundo Gilvan, foi quando o maior problema começou, já que passou a ser ameaçado de morte após destruir as construções no terreno.
“Eles construíram uma cerca, na frente, de madeira, e casas também de madeira. Puxaram “gato” do poste e foi o que destruí. Eu estou defendendo o meu patrimônio. Eu investi lá e tenho documentos para provar isso. Eles continuaram como se os documentos que eu tivesse não valessem de nada e agora estão cobrando pelos dias trabalhados, pelas coisas construídas que eu quebrei. Eu só quebrei o que estava irregular dentro da minha propriedade”, defendeu.
Ainda conforme Gilvan, as ameaças acontecem há cerca de 40 dias. Neste período ele acumulou provas, imprimindo ameaças por mensagem e gravando as que foram feitas por telefone. Como de costume em situações do tipo, ele registrou dois boletins de ocorrência feitos nos dias 1º e 8 de novembro deste ano, porém nada foi feito até o momento.
“Preciso que o estado tome providências com relação ao fato, porque nada foi feito até agora. Eu me sinto inseguro, eu tenho provas de tudo que está acontecendo. Eu vou à delegacia, mas eles empurram o meu caso como última situação, como se não tivesse importância nenhuma. Eu sou cidadão de bem e quero que algo seja feito nesse sentindo”, cobrou.
Com angústia pela demora, o office-boy foi novamente ao 5º Distrito Policial para cobrar resultados na manhã desta quinta-feira (12), mas continuou sem respostas.
“Só pedem pra eu esperar, porque tem outras ocorrências importantes. Quer dizer que eu não sou importante, não sou cidadão? Eu moro aqui, pago meus impostos, então eu tenho o direito de cobrar. As pessoas reclamam e não vão atrás. Por isso estou indo atrás, preciso que eles me respeitem como cidadão”, finalizou.
A Folha procurou a Polícia Civil de Roraima (PCRR) para que apresentasse um posicionamento em relação à denúncia de demora na resolução e investigação do caso de ameaças de morte. A polícia confirmou que Gilson registrou dois BO’s no 5º DP (Distrito Policial), pelo crime de ameaça e que “Estão sendo realizadas diligências com o intuito de esclarecer os fatos, o caso está sendo investigado.”