Cotidiano

Economia reage e apresenta novos postos de trabalho em RR

Depois de apresentar queda em fevereiro com fechamento de 246 postos de empregos, o mercado de trabalho formal do Estado reagiu em março com a criação de 76 novas colocações, segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia. 

Os números apontam que Roraima se destacou na criação de empregos no mês de março em relação ao restante do País, que apresentou saldo negativo de 43.196 empregos com carteira assinada no período. Além de Roraima, Minas Gerais (5.163), Goiás (2.712), Bahia (2.569), Rio Grande do Sul (2.439), Mato Grosso do Sul (526), Amazonas (157) e Amapá (48) foram os Estados que anotaram saldo positivo. Por outro lado, os que apresentaram os piores resultados foram Alagoas (-9.636 vagas), São Paulo (-8.007), Rio de Janeiro (-6.986), Pernambuco (-6.286) e Ceará (-4.638).

À Folha, o professor e economista Dorcílio Erik ressaltou que a economia roraimense é atípica, quando comparada com a de outros Estados, pela forte dependência do setor público, a chamada “economia do contracheque”.  

“Isso tem o lado ruim, que é o baixo crescimento econômico. E o lado bom é que não estamos à mercê das oscilações econômicas por que passa o restante do País e apresenta um maior número de demissões, enquanto Roraima mantém o equilíbrio, mesmo saindo de um fevereiro de demissões e chegando a março com contratações”, disse. 

Para o economista, esse crescimento é fruto das empresas privadas prestando serviços para o setor público por meio das terceirizadas, de contratações de construção civil e de outros segmentos. 

“Isso não quer dizer que não tenha a participação de empresas do setor privado, como o turismo que vem contratando pessoas e promovendo o crescimento no trade turístico do Estado”, disse. “Isso inclui contratação de guias, pessoal para a rede hoteleira, restaurantes, transportes e outros”, afirmou.  

Outro ponto destacado pelo economista é quanto ao uso do quadro de reserva, que são as pessoas que estão à procura de emprego. 

“Para cada trabalhador empregado, existem outros desempregados e este aceita trabalhar por algo menor que o que está na ativa, obedecendo ao valor do salário mínimo. Como nosso quadro de reserva é bem maior, quando há uma demissão a substituição é quase imediata e por um valor menor para a empresa”, disse. 

Dorcílio Erik justifica essa teoria na própria pesquisa do Caged, que mostra uma queda acentuada nos salários de 1,69% em relação ao período anterior.

“São estas variáveis que ajudam a explicar porque houve um número maior de contratações em relação às demissões”, afirmou.